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Acadêmicos, artistas e quilombolas dizem “sim” a gestão Zulu Araújo
Brasília, 7/3/07 – Entre os diversos participantes da festa de posse, alguns dos presentes manifestaram abertamente grande apoio e a felicidade pela presidência de Zulu Araújo na Fundação Cultural Palmares.
O professor Vilson Caetano Júnior, representando o reitor da UNEB – Universidade do Estado da Bahia, parceiro constante dos projetos da Fundação Palmares, espera que seja mantida a pareceria que sempre teve entre a instituição e a universidade. “É importante também, que seja ampliado o diálogo com outras universidades, sobretudo, no que diz respeito ao trabalho que já está sendo desenvolvido através da Universidade do Estado da Bahia, que é o trabalho de reconhecimento de comunidades tradicionais como patrimônio material e imaterial afro-brasileiro. E nos próximos anos, esse trabalho deve estar sendo ampliado para os estados de Pernambuco, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro”, explicou o professor.
Já o companheiro e amigo do presidente Zulu, o fotógrafo e escritor Januário Garcia, sempre afinado com os projetos da Fundação, reconhece a importância da continuidade de Zulu Araújo na Palmares. “Não havia melhor opção para a presidência, pois ele já estava aqui dentro”, diz o fotógrafo. “Há uma coisa muito importante a ser reconhecida, a experiência como produtor cultural que o Zulu tem acrescido da experiência política e institucional vai dar uma visão melhor do que vai ser esse trabalho com ele à frente da Palmares”, complementa. E continua, “pela experiência e pela lógica e por tudo o que ele representa, vai dar continuidade natural ao trabalho que já estava sendo feito. Além da possibilidade de capacitar e instrumentalizar setores da comunidade negra brasileira para que possam se autogerirem e auto-sustentarem”.
Maurício Pestana – o primeiro e mais conhecido chargista negro do Brasil – tem uma das melhores expectativas, `nunca a Fundação esteve em tão boas mãos nesses últimos quatro anos”, disse o chargista. “A Fundação deu um passo decisivo hoje com a posse do Zulu, que é pra continuação do trabalho que ela já vem desenvolvendo, sobretudo, com culturas populares, com os artistas populares negros, o respeito à cultura negro e com o intercâmbio com o movimento negro. Eu que além de artista, sou ativista árduo do movimento negro. E nesses últimos anos, eu percebi que com o trabalho do Zulu houve uma interlocução muito maior entre Fundação Cultural Palmares e diversos artistas e grupos do movimento negro, além de criar um maior intercâmbio com a África”, completa. Sobre o futuro, “acho que agora só melhora com Zulu assumindo a presidência, pois tem toda experiência adquirida nesses quatro anos, com o brilhante trabalho que ele fez como diretor, Não tenho dúvida que os próximos quatro anos serão excelentes”.
Lembrando das ações da FCP pela proteção, reconhecimento e manutenção da cultura e do patrimônio das comunidades quilombolas, Antônio Coelho Filho, o Toninho Forte, vereador e quilombola do município de Vila Bela da Santíssima Trindade, no Mato Grosso, nos conta que através da ajuda da Fundação, a comunidade de Vila Bela entrou com ação contra uma empresa de mineração que está fazendo extração dentro de área quilombola. “Inclusive, o repasse do dinheiro da União para os mineradores já foi bloqueado e isso se deve à atuação da Fundação Palmares”, explica Toninho Forte. Sobre as expectativas para o próximo mandato da FCP, Antônio também espera pela continuidade das ações já desenvolvidas e complementa, “o professor Zulu, na verdade, é um grande batalhador, e temos ainda, o alicerce da dr. Bernadete, que sempre está presente conosco, levando aquilo que é prioridade para nossa região, ajudando a fazer o que é de interesse para a coletividade”, finaliza.
O cineasta Celso Prudente acredita que Zulu Araújo irá fazer um valioso “casamento” entre a teoria e a militância, já que seu trabalho como ex-diretor de eventos da Fundação Cultural Palmares serviu para dinamizar a presença da Fundação no cenário cultural nacional. Para Prudente, a presença de Zulu Araújo também “servirá para organizar e dar mobilidade à Instituição dentro e fora da esfera governamental”.