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A Serra da Barriga agora é Patrimônio Cultural do MERCOSUL
A Serra da Barriga, que antes um patrimônio importante para a história do Brasil, o nosso patrimônio, nosso símbolo de resistência, acaba de ganhar ainda mais reconhecimento. Agora reconhecida como Patrimônio Cultural do MERCOSUL. Título que foi dado na XIV Reunión de la Comisión de Patrimonio Cultural / CPC / MERCOSUL Cultural, que aconteceu até o dia de hoje (31), onde foi assinada a ata da reunião com a aprovação da candidatura, em Buenos Aires – Argentina, onde estavam presentes o presidente da FCP, Erivaldo Oliveira junto de Carolina Nascimento, Diretora do Departamento de Proteção ao Patrimônio Afro-Brasileiro da Fundação Cultural Palmares (DPA).
“A Palmares tem como principal objetivo estratégico, promover a mobilidade social do nosso povo, esse título que a Serra da Barriga ganha hoje, é de fundamental importância. Além do valor simbólico, nós também temos que mostrar para a sociedade, o valor que tem a cultura afro, que por muitos anos ficou desvalorizada no Brasil. Então esse momento é um grande divisor de águas para sociedade enxergar a Serra da Barriga com outros olhos. É uma história fantástica, que os jovens têm que conhecer, o Brasil tem que conhecer, e saber a história da Serra da Barriga e nos nossos heróis e heroínas. ” Afirma o presidente da FCP, Erivaldo Oliveira.
Na Serra da Barriga há o Parque Memorial Quilombo dos Palmares, que reconstitui o cenário de uma das mais importantes histórias de resistência à escravidão ocorridas no mundo: a história do Quilombo dos Palmares – o maior, mais duradouro e mais organizado refúgio de negros e negras escravizados das Américas. Nele, reinou Zumbi dos Palmares, o herói negro assassinado em 20 de novembro de 1695, data em que se comemora o Dia Nacional da Consciência Negra.
Fruto de uma luta de mais de 25 anos do Movimento Negro brasileiro, o Memorial foi implantado em 2007 pelo Ministério da Cultura (MinC), por meio da FCP, no território original da longa e sangrenta batalha – a Serra da Barriga, para cujas matas milhares de negros escravizados rebelados fugiram durante o período de dominação holandesa.
O título dado a Serra da Barriga como Patrimônio Cultural do MERCOSUL, além de contribuir para o reconhecimento dos indivíduos e suas comunidades de matrizes africanas no continente americano, e nos países da região, representa também, uma reparação às perseguições e à intolerância praticadas e reveladas através dos quilombos, refúgios de negros foragidos e perseguidos por séculos e que hoje, como não poderia deixar de ser, são reconhecidos, como testemunhos da resistência e dos processos de ressignificação das referências culturais dos afrodescendentes na construção das identidades da América, em especial aos países do MERCOSUL.