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A FUNDAÇÃO CULTURAL PALMARES DESEJA UM FELIZ DIA INTERNACIONAL DA MULHER
No dia 08 de março, comemora-se o Dia Internacional da Mulher, e a Fundação Cultural Palmares (FCP) celebra essa importante data com imenso respeito e admiração. A comemoração foi oficializada pela Organização das Nações Unidas na década de 1970, simbolizando a luta histórica das mulheres em busca da equiparação de suas condições às dos homens.
A origem do Dia Internacional da Mulher
O 8 de março surgiu com as manifestações das mulheres russas por melhores condições de vida e trabalho e direito ao voto, durante a Primeira Guerra Mundial. Essas mulheres visavam a reivindicação por igualdade salarial e social. Contudo, as reivindicações pelos direitos das mulheres negras em relação ao trabalho tiveram suas primeiras manifestações na década de 1940.
O papel da imprensa negra na luta das mulheres negras
Na época, a imprensa negra tinha, até então, suas publicações voltadas para o universo do homem negro, abdicando de qualquer intervenção e inclusão de gênero. Foi por meio do jornal Quilombo, vida, problemas e aspirações do negro, que a questão das mulheres negras foi abordada em um retrato que foi o início das mobilizações de gênero e raça no Brasil.
Investindo no futuro
A Fundação Cultural Palmares tem como missão a promoção e preservação da cultura negra e afro-brasileira. Já são muitos anos atuando em parceria com a sociedade, em defesa dos quilombolas, das religiões de matriz africana e das ações afirmativas com o objetivo de eliminar as desigualdades históricas e as discriminações raciais, étnicas e religiosas.
E sabendo da importância de sua missão, a FCP vem, ao longo das décadas, promovendo ações, fomentando e apoiando projetos e desenvolvendo vários editais, os quais possibilitam capacitação à população negra, inclusive com foco na qualificação de mulheres por meio de cursos profissionalizantes.
Capacitação em estética feminina
Em 2021, o Departamento de Proteção ao Patrimônio Afro-Brasileiro – DPA lançou o EDITAL Nº 1/2021, que consistia em um curso on line de capacitação em estética feminina, manicure, pedicure e nail design. A iniciativa selecionou 200 mulheres de Comunidades Remanescentes de Quilombo e Povos de Terreiro para realizarem curso on line de capacitação com fornecimento de material (Kit aluno). Em 2022, a segunda edição foi lançada, alcançando excelente êxito.
Prêmio Palmares de Arte
O edital Prêmio Palmares de Arte premiou em 2022 mais de 80 iniciativas de artistas autodeclarados negros (pretos ou pardos), praticantes das diversas expressões culturais afro-brasileiras, preferencialmente de áreas de vulnerabilidade social, bem como artistas residentes em Comunidades Quilombolas devidamente certificadas pela instituição.
O Concurso teve como objetivo principal fortalecer as expressões culturais quilombolas e afro-brasileiras; identificar, valorizar e dar visibilidade às atividades culturais protagonizadas por negros e às estratégias de preservação de suas identidades culturais, além de incentivar a participação plena e efetiva da população negra e quilombola.
Dentre os vários participantes, muitas mulheres destacaram-se pelo seu talento e profissionalismo. Na categoria de dança, a representante da Comunidade Remanescente Quilombola Beco do Caminho Curto, em Joinville/SC, Gorete Aparecida de Oliveira ficou em primeiro lugar.
O Projeto Makena, representado pela quilombola, iniciou suas atividades com a dinâmica do espelho, conversas dirigidas sobre a pesquisa da história do turbante, coreografias de dança afro e apresentações de dança com as mulheres da comunidade.
Na categoria de Leitura Escrita e Oralidade, a contemplada Joana da Silva Santiago é detentora dos saberes Kalunga e mestra das tradições quilombolas, incluindo a arte de extrair óleo de coco. Este é um importante elemento da culinária quilombola que contribui para a soberania alimentar do povo Kalunga em Monte Alegre/GO, sendo um dos alimentos mais ricos e nutritivos disponíveis na região.
Sua extração é feita de maneira artesanal, demandando muito trabalho e esforço físico.
Essa prática não visa apenas ao consumo e à comercialização, mas também ao resgate e à preservação dos saberes e fazeres da cultura Kalunga e quilombola, exercendo um papel importante na salvaguarda e disseminação de saberes que estão em risco de extinção.
Por fim, mas não menos importante, a contemplada Débora Cristina Alcântara Duarte ganhou o primeiro lugar na categoria Artesanato. A quilombola desenvolve um trabalho dentro de um terreiro de umbanda na cidade de Ananindeua, Pará, que está aberto à comunidade.
Futuro Mais Equitativo
Ao investir na capacitação e no desenvolvimento profissional das mulheres negras, a FCP está ajudando a criar um futuro melhor para elas e suas comunidades. Com acesso a mais oportunidades e recursos, as mulheres negras podem ter mais controle sobre suas vidas e se tornarem líderes e empreendedoras em suas próprias comunidades.
O Dia Internacional da Mulher é uma oportunidade para celebrar as conquistas das mulheres em todo o mundo e refletir sobre o trabalho que ainda precisa ser feito para alcançar a igualdade de gênero. A Fundação Cultural Palmares está comprometida em investir nas mulheres negras e afro-brasileiras, a fim de garantir que elas tenham as mesmas oportunidades de sucesso e prosperidade que qualquer outra pessoa.
Por meio de programas de capacitação e desenvolvimento profissional, além de outras ações, a FCP vem contribuindo para que as mulheres negras conquistem seus objetivos, se tornando assim, líderes em suas próprias comunidades. Isso é fundamental para construir um futuro melhor e mais equitativo para todas as pessoas, independentemente de sua raça, gênero ou origem.
Por Fundação Cultural Palmares.