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“Intercambio Brasil – Colômbia” quilombolas dos dois países se encontram no Brasil para troca de experiências
Na última quinta (13) e sexta-feira (14). O Brasil recebeu a presença da delegação das Comunidades Negras da Colômbia (PCN), que teve como atividades no dia 13 um encontro com a Fundação Cultural Palmares (FCP), juntamente com a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ), o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), a Equipe de Conservação da Amazônia (ECAM), o Ministério do Meio Ambiente e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O intuito do encontro foi compartilhar os trabalhos realizados com comunidades negras no Brasil com os representantes da Colômbia.
A vinda ao Brasil foi articulada após visita de campo de integrantes da CONAQ para acompanhar o processo de regularização fundiária na Colômbia, para um compartilhamento de experiências. “É uma troca de experiência muito rica, principalmente se tratando da questão fundiária; lá eles têm acertos que aqui é nossa grande dificuldade, então vejo que podemos crescer juntos.”, observou, Celia Pinto da CONAQ.
Todos os convidados se reuniram pela manhã no auditório da FCP para um debate para compartilhar o que tem sido feito nas lutas do povo negro e também, para a apresentação do processo de regularização fundiária das comunidades quilombolas do Brasil. “A importância é fazer com que a experiência colombiana possa ser apreendida no Brasil, e mostrar para eles as políticas públicas que o Brasil desenvolve para as comunidades quilombolas e que evolvem vários órgãos públicos”, relatou Isabelle, representante do INCRA.
“Não existe povo sem território, por isso a importância de reivindicar o território das comunidades. É lá que se desenvolve a cultura, as formas de viver e a economia”, explica o presidente da FCP, Erivaldo Oliveira.
Já na sexta (14), a delegação, junto aos representantes da CONAQ, visitou o território da comunidade Quilombola de Kalunga – Cavalcante – GO. Kalunga é uma comunidade do interior de Goiás que possui aproximadamente 8 mil habitantes e composta por 22 vilas; é a 2° maior comunidade de remanescentes quilombolas do Brasil. A origem da comunidade remonta a mais de 200 anos, quando seus ancestrais fugiram da escravidão. O intuito dessa saída de campo foi mostrar a beleza, a cultura e o povo quilombola do Brasil.
Ao chegarem à Comunidade Engenho 2, os visitantes conheceram a culinária. Degustaram o almoço preparado pelas mãos da Kalunga Raquel. “A comida é muito boa e farta, o tempero é único” disse o colombiano Alixis Mina.
Houve uma roda de conversa na comunidade, onde os Colombianos realizaram perguntas sobre a comunidade e sua realidade. A recepção foi realizada pelas atuais lideranças da comunidade, senhor Cirilo e Dona Getúlia, que contaram um pouco sobre a história de Kalunga.
Ao final da roda de conversa, os visitantes conheceram a famosa Cachoeira da Capivara, que conta com um percurso de aproximadamente 1 KM que pode ser feito também de carro.