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20 DE NOVEMBRO: Diálogos culturais movimentam Palmares
Maria Auxiliadora Lopes incentivou alunos a tornarem-se formadores de opinião
Por Denise Porfírio
Pesquisadores, escritores, educadores, religiosos, representantes de quilombos e de instituições de promoção da cultura negra de diversas partes do País participaram, no último dia 17, do ciclo de palestras Diálogos culturais – mais uma iniciativa da Palmares para celebrar o Mês da Consciência Negra, o evento foi realizado no auditório da Fundação.
Os Diálogos culturais têm como objetivo capacitar profissionais da área de educação para o fomento de conteúdos sobre a contribuição do negro na formação do País. Cerca de 100 estudantes de escolas públicas do Distrito Federal puderam conhecer e tirar dúvidas, durante todo o dia, sobre o patrimônio cultural, social e artístico do negro no Brasil.
O diretor do Departamento de Fomento e Promoção da Cultura Afro-Brasileira da Palmares, Elisio Lopes Jr., explicou a trajetória de Zumbi dos Palmares e sua importância para o contexto histórico nacional. Diante de dados estatísticos do IBGE, que afirmam que 50% da população brasileira se declara negra, Lopes convidou os participantes a uma reflexão sobre o assunto.
– É preciso haver respeito à diversidade e ao diálogo entre as raças, pontuou.
DIREITOS IGUAIS – Maria Auxiliadora Lopes, professora e conselheira da Palmares, defendeu a ideia de que os alunos que possuem acesso a atividades curriculares sobre a cultura afro-brasileira terão mais oportunidades de se tornarem formadores de opinião e cidadãos conscientes do papel do negro na sociedade. Mas é necessário também “pensar na igualdade de oportunidades, para que os jovens de diferentes perfis étnico-raciais possam um dia ocupar cargos de jornalistas, parlamentares, filósofos…”.
O educador Márcio Corte Real e a antropóloga Goli Guerreira compartilharam suas experiências e defenderam a valorização do patrimônio musical negro, como o break norte americano, o candombe uruguaio, a ag´ya da Martinica, a capoeira e o samba de roda do Brasil como manifestações culturais de afirmação da identidade afrodescendente no País.
LITERATURA E RELIGIOSIDADE – Na ocasião, o sacerdote Anselmo José da Gama Santos lançou nacionalmente o livro Terreiro Mokambo: espaço de aprendizagem e memória do legado banto no Brasil. A publicação é voltada para o aprendizado do candomblé – religião de matriz africana trazida ao Brasil por escravos que articulavam a língua mais falada em Angola e no Congo – o kimbundo. Cafuné, cachimbo, cafundó são algumas das palavras absorvidas pelo saber popular brasileiro.
– O candomblé acolhe pessoas de diferentes orientações sexuais, sociais ou políticas. Para nós, não existe o bem e o mal e sim o certo e o errado, ensina.
A iniciativa de promoção e valorização da história, ensino e cultura afro-brasileira é implementada também pelo trabalho da educação quilombola como modalidade de ensino. Para elevar a qualidade da educação oferecida para as 1.572 comunidades assistidas pela Palmares, o Ministério da Educação oferece apoio financeiro e os recursos são destinados para a formação de professores, ampliação e melhoria da rede física escolar, aquisição e produção de material didático.
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Os Diálogos Culturais foram coordenados pelo Centro Nacional de Informação e Referência Negra (CNIRC) da Fundação Cultural Palmares