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08 de março: Dulce Maria Pereira foi a primeira mulher a dirigir a Fundação Cultural Palmares
Dulce Maria Pereira foi a primeira mulher a dirigir a Fundação Cultural Palmares (FCP), tornando-se honrosamente a primeira presidenta da instituição. Dulce é professora universitária e pesquisadora, autora das publicações: racismo ambiental, populacões atingidas por crimes e desastres ambientais e sobre gênero e racismo.
Nascida em 1954, em São José de Rio Preto, estado de São Paulo, ela é também arquiteta, ecologista feminista, engajada na luta plelos Direitos das Mulheres e contra o Racismo.
Ativista do movimento negro, atuou fortemente durante sua carreira, na defesa dos direitos humanos, da natureza e da cultura afro-brasileira. Em julho de 2000, Dulce Maria Pereira assumiu, como a primeira embaixadora negra brasileira, a secretaria executiva da CPLP, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
Filha de negros de origem rural, bisneta de mulher indígena desaldeada , em entrevista cedida ao programa Roda Viva, Dulce relembrou os conselhos recebidos na mais tenra idade: não importa o que os outros façam, faça sempre o seu melhor. Dulce afirma que ao longo da carreira, sempre teve boas referências, e que este fator foi primordial para o sucesso da sua vida pessoal e profissional.
“Eu conto com uma generosidade muito grande do Movimento Social Negro. Fui feminista muito cedo e tive muitas oportunidades, convivendo com pessoas como a grande ativista Lélia Gonzalez. Com isso, muitas responsabilidades também foram surgindo, mas sou muito feliz com tudo que pude vivenciar”, disse Dulce à época.
Atualmente é Assessora para pautas das Mulheres negras, pobreza e Iinjustiça ambiental da Ministra Cida Gonçalves, no Ministério das Mulheres. Na presidência da FCP, encaminhou as primeiras titulações de quilombos e deu prioridade ao empoderamento das mulheres negras.
"A FCP é a instituição do Estado brasileiro que traz os fundamentos para a cultura de igualdade, e para o enfrentamento das desigualdades. Uma contribuição fundamental é a politica quilombola, territórios culturais que são base para relações socioambientais que poderão assegurar a sobrevivência da humanidade no planeta", disse em entrevista a equipe da FCP.
E nesse dia especial da mulher, Dulce finaliza a conversa dizendo "Considero um privilégio ter sido presidenta da FCP. Pelo que a Fundação representa, e pela atuação institucional pós resgatada no Governo Lula. As mulheres negras, que ressignificam cotidianamente a ancestralidade, precisam que as instituições do Estado assegurem oportunidades de acesso e empoderamento a partir da cultura, em todas as dimensões da vida. Aí reside parte da relevância da Fundação Cultural Palmares." Ressaltou Dulce.