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Brasil desponta como o país da América Latina em que a população mais confia nos canais de denúncia
Lançado hoje (08/10/2017), o estudo Pessoas e Corrupção: América Latina e Caribe, executado pelo Latinobarómetro e pela Market Research Services a pedido da Organização Transparência Internacional, traça um panorama acerca da percepção de corrupção no continente, e coloca sob evidência altos índices de confiança nas ações individuais e nos canais de denúncia para o combate a corrupção no Brasil.
Conduzido por meio de entrevista com mais de 22 mil pessoas em 20 países, a pesquisa demonstrou que, dentre os brasileiros, 74% acreditam que é socialmente aceitável denunciar atos de corrupção (a média do continente é de 60%), e que 83% acreditam que a sua ação individual pode fazer diferença (a média no continente é que 70%).
O dado positivo coincide com momento de ampliação e valorização dos canais de Ouvidoria no Brasil, tanto por meio da criação de novos normativos voltados ao tema, como a Lei de Proteção e Defesa do Usuário, novos espaços de interlocução institucional, como a Rede Nacional de Ouvidorias, e a disponibilização de novos sistemas para interlocução com o cidadão, como o e-Ouv Municípios.
A ampla confiança nos canais de denúncia contrasta fortemente com os altos índices de percepção de corrupção no Brasil, no qual 78% dos entrevistados afirmam ter presenciado aumento nos níveis de corrupção no último ano (a média no continente foi de 68%). Segundo Ouvidor-Geral da União, que participou do evento de lançamento do relatório: “O alto nível de percepção da corrupção no Brasil associado a forte sensação de empoderamento do brasileiro junto aos canais de denúncia demonstra uma forte vontade de fazer diferença e mudar o país. O trabalho das Ouvidorias Públicas está diretamente relacionado a este movimento de tornar este cidadão consciente em agente efetivo do combate a corrupção.”
O estudo também aponta para o fato de que o Brasil é o segundo país em que menos pessoas declaram haver sido obrigadas a pagar propina para obter acesso a serviços públicos – enquanto a média no continente mostrou-se 29%, no Brasil esse índice caiu para 11%, ficando abaixo apenas de Trinidad e Tobago, com 6%.
Dentre as quinze recomendações do relatório, apresenta-se a necessidade de que Governos garantam que canais seguros estejam disponíveis aos cidadãos para se manifestarem quanto à qualidade e o nível de satisfação com serviços públicos; de que haja um constante envolvimento da sociedade civil como parte dos esforços de combate à corrupção; e de que os canais de denúncia garantam a proteção da identidade do denunciante.