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Estudando cometas em laboratório
Em artigo publicado em outubro na revista científica "Planetary and Space Science", um grupo de pesquisadores de instituições europeias apresentam uma série de medidas de laboratório que vão ajudar a decifrar as propriedades físicas de núcleos de cometas.
O grupo de autores, liderado por Bernhard Jost, da Universidade de Berna, Suíça, obteve espectros e imagens de amostras de misturas de gelo de água e materiais orgânicos em condições de pressão e temperatura que simulam superfícies de cometas ativos. Um dos objetivos do trabalho era medir como a sublimação de gelos durante uma fase ativa modifica as propriedades óticas da superfície, e usar estas informações para melhorar as interpretações dos espectros da superfície do cometa P/67 Churyumov-Gerasimenko, obtidas pela sonda espacial Rosetta, da Agência Espacial Europeia.
Um dos autores do artigo é Pedro Henrique Hasselmann, que obteve seu doutorado em Astrofísica no Observatório Nacional e atualmente faz um pós-doutorado no Observatório de Paris/Meudon, França. Segundo Pedro: " ...Trabalhos como este são importantes para compreender não só o quebra-cabeça que é a composição de 67P/Churyumov-Gerasimenko, mas também qual é a textura da superfície do núcleo cometário. Poroso, liso ou compacto? Nosso trabalho mostra que ao 'cozinhar' diferentes misturas de soluções orgânicas, carbono e gelos podemos por fim obter um manto de poeira bem superficial extremamente esponjoso e poroso que se aproxima qualitativamente ao comportamento fotométrico que observamos a partir das imagens de alta resolução. Realmente é um resultado promissor, que corrobora muito bem nossas análises anteriores".
Texto: Jorge Carvano, pesquisador do Observatório Nacional, com atuação na área de ciências planetárias