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Verão de 2022/2023 chega em 21 de dezembro com diversos fenômenos astronômicos
O verão de 2022/2023 no hemisfério Sul terá início nesta quarta-feira, dia 21 de dezembro, às 18h48 (horário de Brasília). A estação mais quente do ano terminará no dia 20 de março de 2023, quando terá início o outono, deixando o clima mais ameno. Além disso, neste início de verão, teremos várias conjunções entre planetas e também entre planetas e a Lua. Os fenômenos serão visíveis em todo o Brasil.
Conforme explica a astrônoma do Observatório Nacional (ON/MCTI), Dra. Josina Nascimento, as estações do ano ocorrem devido à inclinação do eixo de rotação da Terra em relação ao seu plano de órbita e devido à translação da Terra em torno do Sol. Essa inclinação de aproximadamente 23 graus é que causa as estações do ano.
“Na Astronomia observamos o movimento dos astros do ponto de vista da Terra, usando um sistema de referência geocêntrico. Assim, definimos a esfera celeste onde o equador celeste é a continuação do equador terrestre”, explica Josina. “Em seu movimento anual, chamado de eclíptica, o Sol cruza o equador celeste duas vezes no ano, quando ocorrem os equinócios. Já quando o sol está em seu ponto mais distante do equador celeste, o que também ocorre duas vezes no ano, há os solstícios.”
No próximo dia 21 de dezembro, o Sol vai atingir o seu ponto mais distante do equador celeste no hemisfério sul, marcando o início do verão no hemisfério sul e o início do inverno no hemisfério norte.
Imagem de Maria de Fátima Saraiva e Kepler de Oliveira
Segundo a astrônoma, o verão é a estação mais quente do ano devido à inclinação de cerca de 23 graus do eixo da Terra em relação ao seu plano de órbita. Por conta dessa inclinação, os raios solares atingem mais diretamente um hemisfério da Terra de cada vez. Quando é verão no hemisfério sul, os raios solares estão incidindo diretamente neste hemisfério. Por isso, os dias são mais quentes e há mais horas de luz, tornando os dias maiores do que as noites no verão.
“Os efeitos das estações do ano são tão maiores quanto mais distante estamos do equador terrestre. Nas localidades próximas ao equador terrestre, o comprimento dos dias é praticamente o mesmo durante todo o ano e a diferenciação vai ficando cada vez maior, sendo máxima nos polos”, diz Josina.
Além do aumento das temperaturas e da duração maior do dia que da noite, há outros efeitos observáveis no verão como, por exemplo, o local onde o Sol nasce e se põe. A astrônoma explica que nos equinócios o Sol nasce no ponto cardeal leste e se põe no ponto cardeal oeste, depois se afasta desses pontos, sendo que os afastamentos máximos ocorrem nos solstícios.
Espetáculos no céu no início do verão
Ainda segundo a astrônoma, o início do verão trará vários fenômenos astronômicos, promovendo um verdadeiro espetáculo no céu:
“Desde o dia 13 de dezembro estamos com cinco planetas visíveis a olho nu no céu logo depois do pôr do Sol. Mas Vênus ainda está muito baixo no horizonte. Exatamente no dia da chegada do verão no hemisfério sul (21/12), a visibilidade de Vênus estará muito melhor e fica fácil distinguir os planetas no céu”, diz Josina.
Logo depois do pôr do Sol, Vênus aparecerá na mesma direção em que o Sol se pôs, ou seja, a oeste e bem próximo ao horizonte. Acima de Vênus estará Mercúrio, em sua máxima altura. Júpiter também estará bem brilhante e bem alto nesse horário, segundo Josina.
Saturno, por sua vez, estará com baixo brilho, mas será visto entre Júpiter e Mercúrio. E Marte está do outro lado, a leste, já a uma altura de cerca de 20 graus.
“No dia 24 a Lua, linda e bem fininha, formará um triângulo com Mercúrio e Vênus. No dia seguinte, o satélite estará entre Mercúrio e Saturno. Já no dia 26, a Lua estará em conjunção com Saturno”, diz Josina.
No dia 29 de dezembro, Mercúrio estará em conjunção com Vênus e a Lua estará em conjunção com Júpiter. Depois, no dia 3 de janeiro, será a conjunção da Lua com Marte. A Lua estará aparentemente muito próxima de Marte e na parte centro-sul da África será vista uma ocultação de Marte pela Lua.
“Todos esses fenômenos são visíveis em todo Brasil, o que muda um pouco é a hora exata em que ocorrem e as alturas em relação ao horizonte”, conclui Josina.