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Simpósio de Sismologia Marinha reúne especialistas no Observatório Nacional
No dia 16 de novembro, o Observatório Nacional – unidade de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) – realizou o Simpósio de Sismologia Marinha intitulado “Monitoring the Brazilian Passive Margin using Novel Seismological Equipment” (ou Monitoramento da Margem Passiva Brasileira Utilizando Novos Equipamentos Sismológicos, em português). O evento reuniu diversos especialistas em Sismologia no campus do ON, profissionais da indústria e de empresas de serviços.
Simpósio de Sismologia Marinha reúne especialistas no ON
Realizado exatamente em 16 de novembro, quando é celebrado o dia da Amazônia Azul, o Simpósio abordou várias contribuições científicas relevantes relacionadas com a Sismologia Marinha, que deve ter um avanço especial no país com o projeto que contemplará a expansão Rede Sismográfica Brasileira ( RSBR ) para o mar do sudeste, recém-aprovado pela FINEP, com a coordenação do ON. A RSBR tem por objetivo monitorar a sismicidade do território nacional e gerar informações que suportem a investigação da estrutura interna da terra através da implantação e manutenção de estações sismográficas permanentes. Integram a RSBR, o ON, o Centro de Sismologia da USP, o Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LABSIS/UFRN) e o Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (OBSIS/UnB).
Os principais objetivos do projeto de expansão da RSBR para o mar do sudeste incluem ampliar o conhecimento da atividade sísmica no mar do sudeste brasileiro, onde se registra a maior atividade na Amazônia Azul, estimar melhor o risco e a ameaça sísmica da região que compreende as bacias de Santos, Campos e Espírito Santo e melhor compreensão sobre as estruturas crustais e atmosféricas. Sismologistas da USP, UFRN, UnB e da RSBR integram a equipe do projeto, que contará com colaboração internacional de profissionais da Universidade de Arizona, WHOI e Lamont nos EUA, e da Universidade de Cote D'Azur, na França. Outro ponto positivo é estar bastante seguro de que o Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM) deverá apoiar a manutenção da RSBR nos próximos cinco anos.
"Foi um evento de excelente energia entre os participantes, e altamente inspirador para o futuro da Sismologia brasileira, em particular a Sismologia Marinha - uma fronteira científica e tecnológica no país", afirmou Sergio Fontes. Pioneiro nos estudos sismológicos no país, o ON segue progressivamente ampliando seu protagonismo na sismologia brasileira e internacional.
A abertura do evento teve as boas vindas do coordenador da RSBR e pesquisador do ON, Dr. Sergio Fontes, e do diretor do ON, Dr. Jailson Alcaniz, seguida de palestra sobre a RSBR e as perspectivas para o futuro, ministrada pelo pesquisador Dr. Marcelo Bianchi, do Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP), que integra a RSBR.
Dr. Bianchi (esquerda) e Dr. Sergio (direita) falam sobre a RSBR
Ainda representando a USP, o Dr. Carlos Moreno Chaves ministrou a palestra “ P-wave Multi Frequency Seismic Tomography in the Southeast South America ” (Tomografia sísmica multifrequencial de ondas P no sudeste da América do Sul, em português). Conforme explicou Chaves, a tomografia sísmica é uma técnica de imagem que usa registros sísmicos digitais para construir imagens tridimensionais do interior da Terra. Essa técnica usa grandes conjuntos de sensores para coletar energia que viajou por uma determinada rocha.
Dr. Carlos Chaves na palestra “P-wave Multi Frequency Seismic Tomography in the Southeast South America
O pós-doc do ON, Dr. Diogo Coelho também participou do simpósio, apresentando a palestra “ Evaluating the Use of Wave Gliders Hydroacoustic datasets for Earthquake Detection ” (Avaliando o Uso de Conjuntos de Dados Hidroacústicos do Wave Gliders para Detecção de Terremotos, em português). Wave Gliders consiste em uma plataforma móvel que pode ser equipada com uma ampla variedade de sensores para monitorar temperatura, salinidade, correntes e outras condições oceânicas. Essas informações criam uma imagem mais completa do que está acontecendo no oceano. Os dados coletados pelo equipamento podem ser usados na detecção de terremotos.
Dr. Diogo Coelho na palestra sobre detecção de terremotos com Wave Glider
Na sequência, o professor da UFRN, Dr. Aderson Nascimento, apresentou a palestra intitulada “ Quakes & Whales; Seismology and Bioacoustics in the South Atlantic ” (Terremotos e Baleias; Sismologia e Bioacústica no Atlântico Sul), em que abordou o projeto da UFRN que utiliza a energia sonora para detectar baleias e terremotos, bem como capturar imagens do assoalho do oceano.
Dr. Aderson Nascimento fala sobre terremotos e baleias
Em seguida, foi a vez do pesquisador da USP, Dr. Victor Sacek, apresentar a palestra “ Numerical modeling of the thermomechanical evolution of rifted margins ” (Modelagem numérica da evolução termomecânica de margens rifteadas). Já os pesquisadores da Universidade Federal Fluminense (UFF), Débora de Resende Ferraz e Dr. Arthur Ayres Neto falaram sobre a caracterização das feições geológicas observadas na elevação do Rio Grande com base em dados sísmicos de alta resolução.
Dr. Victor Sacek fala sobre modelagem numérica
Na parte da tarde, Lukas Joerresen, da empresa com foco em tecnologias submarinas K.U.M, explicou o funcionamento do Nammu OBS – um sismômetro de fundo oceânico (OBS, na sigla em inglês) que funciona como um sensor para registrar as pequenas vibrações da Terra causadas por ondas sísmicas, geradas por terremotos e ondas oceânicas. Os benefícios e desafios dos experimentos com OBSs foram apresentados por Florian Schmid. Por fim, houve uma demonstração do equipamento.
Nammu OBS