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Saiba tudo sobre a missão DART, o primeiro teste de defesa planetária do mundo
O "Ciência no Rádio" é um dos quadros do programa "Rádio Sociedade" e vai ao ar todas às quartas-feiras às 7h10min da manhã (Hora Legal de Brasília). O programa é resultado de uma parceria do Observatório Nacional (ON) com a Rádio, criada em 2015 para levar ao público informações científicas ligadas às três áreas de atuação do ON: astronomia e astrofísica, geofísica, metrologia em tempo e frequência. São mais de 300 programas ao longo desses anos! E todos estão disponíveis em nosso site Clique aqui para ouvir.
Em maio de 2021, o "Ciência no Rádio" passou a ser transmitido também por outras frequências, alcançando São Paulo, Belo Horizonte, Recife e Brasília, além do Rio de Janeiro. Além disso, passou a ser disponibilizado um contato de WhatsApp para que o ouvinte possa interagir com sugestões de temas para o programa: (21) 99710-0537.
Na próxima edição do programa, o convidado será o astrônomo e pós-doc do ON, Dr. Filipe Monteiro. Ele possui graduação em Física pela Universidade Federal Rural de Pernambuco, mestrado e doutorado em Astronomia pelo Observatório Nacional e, atualmente, é bolsista de pós-doutorado NOTA 10 da FAPERJ, atuando junto a pesquisadores do grupo de Ciências Planetárias do ON.
No programa, Filipe vai falar sobre a Missão DART, o primeiro teste de defesa planetária em escala real do mundo, lançado pela NASA no final do ano passado.
Na noite do dia 26 de setembro, a espaçonave do Double Asteroid Redirection Test – DART (Teste de Redirecionamento de Asteroides Duplos, em português) da NASA vai colidir de forma intencional com Dimorphos, a lua do asteroide de Didymos, para ver se a força cinética pode mudar sua velocidade e trajetória.
Este é o primeiro teste do mundo da técnica de impacto cinético, usando uma espaçonave para desviar um asteroide para defesa planetária.
A ideia é provar que uma espaçonave pode navegar de forma autônoma até um asteroide alvo e colidir intencionalmente com ele a aproximadamente 6 quilômetros por segundo (ou 21.600 km/h).
DART é uma nave espacial de baixo custo com uma massa total de 610 quilos (mas quando ela colidir com o asteroide terá cerca de 570 quilos). A nave tem 1,8 metro de largura, 1,9 metro de comprimento e 2,6 metros de altura.
Como mencionado, o alvo do DART é um sistema binário de asteroides próximos da Terra. O sistema é composto pelo “Didymos”, que possui um diâmetro de aproximadamente 780 metros, e pelo seu satélite “Dimorphos”, que orbita Didymos e tem um diâmetro aproximado de 160 metros. O tamanho desse satélite é similar ao da maioria dos asteroides que representam risco para a Terra.
Além disso, o sistema Didymos já foi bastante estudado, tendo suas características físicas já determinadas, o que facilitou a preparação da missão. E, por ser um sistema de asteroides binários, é mais fácil estudar as mudanças de movimento sofridas após o impacto.
Vale destacar que o asteroide alvo do DART NÃO é uma ameaça para a Terra nem antes, nem durante e nem após o evento de impacto.
O DART impactará Dimorphos para mudar sua órbita dentro do sistema binário, e a equipe de investigação vai comparar os resultados do impacto cinético do DART com o Dimorphos com simulações de computador altamente detalhadas de impactos cinéticos em asteroides.
Recentemente, no dia 7 de setembro, a DART deu sua primeira olhada no Didymos, revelando a sua localização. A câmera DRACO fez 243 registros do asteroide e mostrou aos cientistas envolvidos na missão que o equipamento está funcionando corretamente e pode ver seu alvo para fazer os ajustes necessários antes de começar a usar as imagens para guiar a espaçonave até o asteroide de forma autônoma.
A importância da Missão DART
A missão DART é um teste fundamental que a NASA e outras agências espaciais americanas e internacionais realizarão antes que qualquer necessidade real esteja presente, preparando melhor as nossas defesas caso descubramos um asteroide em rota de colisão com a Terra.
Se este teste for bem-sucedido, a mesma técnica poderia ser usada para desviar um asteroide que eventualmente venha a ameaçar a Terra no futuro.
A realização desse teste de forma prática é um passo necessário para a construção de modelos computacionais mais precisos e para nos preparar melhor para defender com sucesso o planeta caso uma futura ameaça de impacto de asteroide seja descoberta.
Após a colisão da DART com seu alvo, uma campanha mundial envolvendo vários observatórios terrestres irão observar o sistema binário para medir o quanto o impacto mudou o movimento do asteroide. Assim, será possível, por exemplo, medir o quanto o período orbital do satélite foi encurtado, para então avaliar se o impacto cinético teve o efeito esperado. Esta missão envolve a comunidade científica internacional para abordar a questão global da defesa planetária.
Não perca! Na 4ª feira, dia 21 de setembro, às 7h10min!
Programa Rádio Sociedade, quadro Ciência no Rádio, Rádio MEC AM.