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Programa Ciência no Rádio é uma parceria ON-Rádio MEC e vai ao ar em todas as quartas-feiras às 7h10 da manhã
Oposição de Saturno, inclinação dos anéis e observação do planeta anelado
O "Ciência no Rádio" é um dos quadros do programa "Rádio Sociedade" e vai ao ar todas às quartas-feiras às 7h10min da manhã (Hora Legal de Brasília). O programa é resultado de uma parceria do Observatório Nacional (ON) com a Rádio, criada em 2015 para levar ao público informações científicas ligadas às três áreas de atuação do ON: astronomia e astrofísica, geofísica, metrologia em tempo e frequência. São mais de 300 programas ao longo desses anos! E todos estão disponíveis em nosso site Clique aqui para ouvir.
Em maio de 2021, o "Ciência no Rádio" passou a ser transmitido também por outras frequências, alcançando São Paulo, Belo Horizonte, Recife e Brasília, além do Rio de Janeiro. Além disso, passou a ser disponibilizado um contato de WhatsApp para que o ouvinte possa interagir com sugestões de temas para o programa: (21) 99710-0537.
Na próxima edição do programa, a convidada será a astrônoma do Observatório Nacional Dra. Josina Nascimento. Ela é bacharel em física pela UFRJ, com mestrado e doutorado na área de Engenharia de Sistemas e Computação pela COPPE/UFRJ. Servidora do Observatório Nacional (ON/MCTI), é responsável desde 1980 pelos cálculos e edição do Anuário do ON, publicação anual de distribuição nacional.
Atualmente coordena os projetos de divulgação e popularização de Astronomia: "LCO: Imagens de Céu Profundo", "Olhai pro Céu" em parceria com o MAST e AstroEducadores, formação continuada para professores. Compõe a Comissão Organizadora da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), integra a equipe do projeto XXXV Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica e coordena a Divisão de Comunicação e Popularização da Ciência (DICOP) do ON. É também membro do NOC Brasil, Escritório Nacional de Divulgação ligado à IAU (União Astronômica Internacional).
No programa, Josina vai falar sobre a Oposição de Saturno, a sua máxima aproximação com a Terra, a inclinação de seus anéis e vai dar detalhes sobre a visualização do planeta no céu nos próximos meses.
No dia 14 de agosto, houve um fenômeno astronômico conhecido como Oposição de Saturno. Naquele dia, a Terra esteve entre o Sol e o planeta anelado, colocando-os em oposição no céu.
Além disso, Saturno também faz sua maior aproximação da Terra – movimento chamado de perigeu e, com isso, pareceu mais brilhante e maior no céu.
Embora a oposição e o perigeu já tenham passado, Saturno estará em um excelente local para observação ao longo de agosto, setembro e outubro de 2022.
Oposição de Saturno
Josina explica que oposição é um termo utilizado na Astronomia para designar a situação em que um corpo celeste, como um planeta, por exemplo, está em posição oposta ao Sol no céu para quem está na Terra. Ou seja, a Terra fica entre os dois corpos.
Por conta disso, esse evento só ocorre para os planetas mais distantes do Sol do que a Terra: Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Já Mercúrio e Vênus não podem estar em oposição do Sol
A oposição é a melhor época do ano para observar um planeta. Isso porque o corpo celeste fica com sua face completamente iluminada pelos raios solares. Além disso, as oposições planetárias ocorrem perto da máxima aproximação de um planeta com a Terra, quando ele fica aparentemente maior.
Na noite de 14 de agosto, Saturno esteve o mais próximo possível da Terra e pôde ser visto a olho nu a partir do pôr do Sol (por volta das 18h) até o amanhecer, percorrendo o céu de leste a oeste.
Na oposição, o planeta anelado alcançou o seu maior brilho do ano, com magnitude 0,3 (quanto mais brilhante um objeto parece, menor é o valor de sua magnitude) na constelação de Capricórnio.
O grande diferencial de Saturno são os seus anéis, é claro. Nesta oposição, o planeta ficou ligeiramente “inclinado”, mostrando o seu hemisfério norte. Os seus anéis ficaram inclinados em um ângulo de 13° em relação à nossa linha de visão, deixando-os muito bem apresentados.
Além disso, a oposição é a única época que podemos perceber o chamado efeito Seeliger onde os anéis ficam bem mais claros que o normal devido à incidência de luz perpendicular aos cristais de gelo dos anéis
Saturno entra em oposição quase todos os anos terrestres. Mais precisamente, as oposições de Saturno têm aproximadamente 378 dias de intervalo e ocorrem cerca de duas semanas depois a cada ano.
No ano passado, por exemplo, a Oposição ocorreu no dia 2 de agosto. Este ano, no dia 14 de agosto, e em 2023 ocorrerá em 27 de agosto.
Apesar de a oposição já ter passado, ainda será possível ver Saturno no céu em 2022. O planeta seguirá com boa visibilidade pelo resto de 2022 e só deve desaparecer por volta de janeiro de 2023. No dia da oposição, Saturno estava nascendo a leste quando o Sol estava se pondo a oeste. A partir de então, o planeta está cada dia mais alto no céu no início da noite.
Infelizmente, não será possível ver os anéis de Saturno através de binóculos. Mas qualquer pequeno telescópio é capaz de registrá-los.
É fácil ver Saturno a olho nu, mesmo em locais com alta poluição luminosa, como nos centros urbanos. Ele se parece com uma estrela e é o ponto mais brilhante a leste. Em torno das 20h está atualmente a uma altura de 30 graus para quem está em latitude próxima à do Rio de Janeiro.
Para medir os graus no céu, esticamos o braço e apontamos na direção do céu: com a mão fechada, 10 graus é a distância do dedo mínimo ao dedo indicador.
Não perca! Na 4ª feira, dia 24 de agosto, às 7h10min!
Programa Rádio Sociedade, quadro Ciência no Rádio, Rádio MEC AM.