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ON investiga variações climáticas no passado geológico em Parque Paleontológico em Itaboraí (RJ)
Uma equipe de pesquisadoras da área de geofísica do Observatório Nacional (ON) – unidade de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) – visitou o Parque Natural Municipal Paleontológico de São José (PNMPSJI), na semana passada. O Parque é uma Unidade de Conservação gerida pela Prefeitura de Itaboraí, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (SEMAU), e está localizado no distrito de Cabuçu.
Parque Natural Municipal Paleontológico de São José
Realizado em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e com a Universidade de Brasília (UnB), o trabalho de campo teve como objetivo promover uma investigação científica relacionada às variações climáticas do passado geológico, há quase 60 milhões de anos.
Por parte do ON, participaram da visita técnica as pós-doutorandas em geofísica, Dra. Mariane Candido e Dra. Natália Braun, e a estudante da UFRJ e aluna de iniciação científica do ON, Raysa Rocha. A equipe do ON é coordenada pelo Prof. Dr. Daniel Ribeiro Franco, especialista em cicloestratigrafia e coordenador do Laboratório de Paleomagnetismo e Mineralogia Magnética (LP2M-ON). Também estiveram presentes a professora de Geologia da UFRJ, Kátia Mansur, a professora de Paleontologia da UFRJ, Lilian Bergqvist e a doutoranda em Geofísica da UnB, Gabriella Fazio.
Equipe de pesquisadoras visita Parque Natural Municipal Paleontológico de São José
Acompanhado e guiado pelo paleontólogo e gestor do parque, Luís Otávio Castro, o grupo realizou a primeira visita para avaliar a possibilidade de realizar um trabalho de cicloestratigrafia, ramo da Geologia que investiga padrões sedimentares cíclicos.
Em um segundo momento, a equipe do ON pretende fazer a aquisição de dados no Parque, para posterior processamento e interpretação dos resultados. Segundo as pesquisadoras do ON, a metodologia envolve a busca por padrões sedimentares cíclicos e sua relação com os movimentos orbitais da Terra, cujas periodicidades são conhecidas. As variações orbitais, conhecidas como Ciclos de Milankovitch, influenciam no clima da Terra e, por sua vez, no registro sedimentar.
As pesquisadoras escolheram a bacia sedimentar de Itaboraí, localizada no Parque Natural Municipal Paleontológico de São José, devido a sua importância do ponto de vista da diversidade paleontológica e geológica e pelo déficit de informações em relação à idade de formação dessas rochas.
Conforme explicou a Dra. Mariane Candido, essa investigação nunca foi feita na bacia de Itaboraí. Os resultados deste estudo têm o potencial de determinar o intervalo temporal de deposição das rochas na bacia e, possivelmente, uma idade mais precisa. Além disso, os dados podem auxiliar no entendimento do contexto geológico e nas variações climáticas que podem ter influenciado a formação da bacia.