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Espaço Diálogos com o MCTIC na SBPC tem participação de pesquisadores do ON
Quatro palestras de pesquisadores do Observatório Nacional integram a programação do espaço "Diálogos com o MCTIC", na ExpoT&C;, mostra de ciência, tecnologia e inovação que acontece durante a 69ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), de 16 a 22 de julho, no campus Pampulha da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte/MG.
17 de julho, segunda-feira, às 14h
Sistema Solar - Roberto Martins
Nos últimos anos os modelos de origem e evolução do sistema solar tem tido desenvolvimentos importantes. No caso do sistema solar exterior, a descoberta dos objetos transnetunianos (TNOs) levou aos modelos onde a migração planetária desempenha um papel essencial nos primórdios do nosso sistema. No caso de satélites naturais, as observações de sondas espaciais, principalmente a sonda Cassini em Saturno, têm levado ao entendimento do papel fundamental desempenhado pelos efeitos de maré.
Estes resultados motivaram o desenvolvimento de técnicas observacionais que visam o conhecimento dos TNOs e dos satélites planetários com um nível de detalhe impossível de alcançar com os procedimentos tradicionais. É dentro desta proposta que tem se desenvolvido o nosso trabalho nos últimos 10 anos. Estas técnicas utilizam essencialmente a observação das sombras na Terra, dos objetos de interesse, quando passam na frente de uma estrela. Elas têm como característica a propriedade da dimensão da sombra não depender da distância.
Apresentaremos nesta palestra como são feitas as predições dos eventos, como são organizadas e feitas as observações e alguns dos resultados obtidos. Cabe ressaltar que esta atividade envolve pesquisadores e estudantes de instituições nos vários continentes além de um grande contingente de astrônomos amadores e observações com telescópios com diâmetros ennotre 20 cm e 8m. Envolvem também resultados de grandes levantamentos do céu, como o Dark Energy Survey (DES) e futuramente o Large Synoptic Survey Telescope (LSST).
18 de julho, terça-feira, às 17h20
Geofísica Básica e Geofísica Aplicada - Cosme Ponte Neto
A Geofísica é a ciência que estuda as propriedades física da Terra nas suas dimensões espacial e temporal. Podemos dividir a Geofísica em duas grandes áreas: Geofísica Básica e Geofísica Aplicada.
A Geofísica Básica estuda fenômenos de escala global, tais como o campo magnético da Terra, os terremotos, o movimento das placas litosféricas, a estrutura interna da Terra e a produção e propagação do calor no interior da Terra. O estudo da Geofísica Básica contribui para a compreensão dos processos mais gerais que envolvem o planeta.
A Geofísica Aplicada estuda fenômenos de escala regional e local, tais como as características da crosta terrestre, localização de jazidas minerais, contribuições para o mapeamento geológico, contaminação do solo. A Geofísica Aplicada tem uma ligação direta com a exploração dos recursos naturais do planeta, envolvendo grandes interesses econômicos.
21 de julho, sexta-feira, às 16h40
O tempo e a hora legal brasileira - Pedro Senna Rocha
A Divisão Serviço da Hora do Observatório Nacional tem como missão gerar, conservar e disseminar a Hora Legal Brasileira por todos os meios,
em todo território nacional, responsabilidade atribuída legalmente conforme a Lei no. 2784, de 18 de junho de 1913, regulamentada pelo decreto no. 10.546,
de 05 de novembro de 1913.
No ano de 1983, a Divisão Serviço da Hora do Observatório Nacional foi designada pelo INMETRO como laboratório primário de referência nacional na área de Metrologia de Tempo e Frequência.
A Divisão Serviço da Hora do Observatório Nacional mantém sob sua guarda os padrões nacionais de tempo e frequência (relógios atômicos de Césio e Masers de Hidrogênio) que são a base da Rastreabilidade Metrológica Brasileira de Tempo e Frequência.
Ao nível internacional a rastreabilidade dos padrões nacionais e da Hora Legal Brasileira é estabelecida com o Bureau International des Poids et Mesures (BIPM) onde o ON contribui para a realização da Escala de Tempo Atômico Internacional (TAI) e a escala de Tempo Universal Coordenado (UTC). A Hora Legal Brasileira também é intercomparada, em tempo real, por meio do Sistema Interamericano de Metrologia (SIM), acessível através de dados dos satélites rastreados da constelação GPS e método de intercomparação por visada comum (common-view), onde o Laboratório Primário de Tempo e Frequência (LPTF) da DSHO é identificado pela sigla ONRJ.
Os serviços prestados pela Divisão Serviço da Hora são essenciais para a sociedade moderna brasileira, de extrema importância para as áreas de Telecomunicações, Metrologia, Aeroespacial, Financeiro, entre outras.
Dentre os serviços prestados pela Divisão Serviço da Hora podem ser destacados a transmissão de sinais horários via rádio, modem e NTP (incluindo a entrada e a saída do Horário de Verão e a inclusão de "Leap Seconds" devido à não uniformidade da velocidade de rotação da Terra), a calibração de cronômetros, contadores e relógios atômicos, sincronismo certificado à Hora Legal Brasileira e Carimbo de tempo à Hora Legal Brasileira .
Nesta palestra teremos um panorama geral de metrologia em tempo e frequência e uma breve explanação dos serviços oferecidos pela Divisão Serviço da Hora (DISHO) do Observatório Nacional (ON).
22 de julho, sábado, às 10h10
Descobrindo o Universo - Ricardo Ogando
O Dark Energy Survey (Levantamento da Energia Escura), ou simplesmente DES, construiu e instalou uma câmera de 570 Megapixels - cerca de 50 vezes o tamanho de uma câmera típica de celular - no telescópio de 4 metros, Blanco, no Chile, onde as altas montanhas e o ar seco são ideais para observações astronômicas. O DES observa cerca de um quarto do céu do Hemisfério Sul, em uma região em torno do polo sul da nossa galáxia, a Via Láctea. Seu objetivo é entender a Energia Escura, nome dado à componente do universo que é responsável por sua expansão acelerada e sobre a qual sabemos muito pouco. O DES teve sua "primeira-luz" em setembro de 2012 mas somente em 2013 começou a observar oficialmente, depois de verificar que o novo sistema (telescópio, câmera, e software) estava funcionando corretamente. De lá pra cá, além de estudar a Energia Escura, ao observar o céu de uma maneira inédita em termos de alcance e sensibilidade, o DES já nos permitiu descobrir e ampliar o entendimento de algumas peças do grande quebra-cabeça cósmico. De Objetos Trans-Netunianos no Sistema Solar, novas companheiras da Via Láctea, até Supernovas Superluminosas, Quasares, e Lentes Gravitacionais. Ele também fez um mapa sem precedentes da matéria escura no universo e ajudou a procurar pela contrapartida óptica da primeira detecção de ondas gravitacionais pelo LIGO. Quem sabe o que mais o futuro reserva?
Texto: Alba Bozi