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ON celebra Dia Internacional da Mulher com evento online
Em 1975, foi oficializado pela Organização das Nações Unidas (ONU) o Dia Internacional da Mulher, uma data de reflexão e reivindicação por igualdade de gênero em todo o mundo. Também se celebra nesta data os progressos alcançados e os atos de coragem e determinação de mulheres pioneiras.
A ideia de se ter uma data específica para destacar a luta feminina por direitos surgiu no final do século XIX, em meio a um forte crescimento industrial. A primeira vez que o Dia Internacional da Mulher foi celebrado foi em 1911, em Alemanha, Áustria, Dinamarca e Suíça, com comícios em que as mulheres exigiam direitos como voto, trabalho, formação profissional e não discriminação no emprego.
Naquele mesmo mês, em 25 de março, mais de 140 jovens trabalhadoras morreram no trágico incêndio na fábrica Triangle em Nova York. O episódio trágico teve grande impacto no direito do trabalho nos Estados Unidos, e as comemorações subsequentes do Dia Internacional da Mulher fizeram referência às condições de trabalho que levaram ao desastre.
Embora tenha havido muitas conquistas, ainda há bastante trabalho a ser feito para que a igualdade de gênero seja alcançada nas mais diversas esferas da sociedade e na área da Ciência isso não é diferente.
Dados da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) apontam que apenas 28,8% das pessoas pesquisadoras acadêmicas do mundo são mulheres. No Brasil, elas representam 54% dos doutorandos e publicam 70% dos artigos científicos do país, embora recebam apenas 24% das bolsas de produtividade.
Para este dia 8 de março, a ONU Mulheres lançou o tema “Igualdade de Gênero Hoje para um Amanhã Sustentável”, para dar destaque à crise climática global e seu impacto na vida das meninas e mulheres. Segundo a organização, mulheres e meninas sofrem o impacto da crise climática, pois esta amplifica as desigualdades de gênero existentes e coloca em risco a vida e os meios de subsistência das mulheres. Assim, à medida que mulheres e meninas sofrem os efeitos desta crise, também é essencial que elas liderem e impulsionem mudanças para soluções, mitigação climática e adaptação.
O Observatório Nacional, unidade de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), também está comprometido com os valores e ideais da luta feminina por igualdade. Para isto, desenvolve alguns projetos focados em engajar meninas e mulheres na Ciência.
Um dos projetos é o “Garotas do ON”, que foi criado pelo ON em 2019, como parte das celebrações dos 100 anos da União Astronômica Internacional. O projeto faz parte do esforço da comunidade científica para incentivar a participação feminina na ciência. O Garotas do ON é desenvolvido ao longo de todo o ano, com palestras mensais em um ou mais colégios públicos pré-definidos e conta com a orientação de trabalhos de iniciação científica com grupos de alunas. O projeto não aconteceu em 2020 e 2021 por ser essencialmente presencial.
Outro projeto desenvolvido pelo ON em parceria com o Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST) é o “Meninas do MAST”. O objetivo da ação é trabalhar em conjunto com escolas públicas do bairro de São Cristóvão, no Rio de Janeiro – onde as instituições estão localizadas – para empoderar meninas do Ensino Fundamental e Médio, incentivando-as a seguir carreiras científicas e tecnológicas por meio de temas de astronomia e ciências afins.
Para isso, o projeto desenvolve atividades educativas que utilizam como ponto de partida uma pesquisa científica realizada pelas meninas. Além disso, o projeto envolve o registro e análise das experiências das participantes através de metodologias de pesquisa qualitativas.
Em março de 2022, o projeto terá sua terceira edição, com estudantes do Ensino Fundamental das escolas municipais Nilo Peçanha e Uruguai do bairro de São Cristóvão. O projeto foi contemplado com o edital “Programa Meninas e Mulheres nas Ciências Exatas e da Terra, Engenharias e Computação” da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ).
Por fim, o ON também participa do “Projeto Meninas e Mulheres na Ciência” do NOC Brasil, que pretende apresentar em um site as ações de todos os projetos brasileiros relacionados ao assunto.
Para celebrar o Dia Internacional da Mulher, o ON promove em parceria com o NOC Brasil, na próxima quarta-feira, dia 9 de março, a partir das 19h30 (horário de Brasília), o evento online “Meninas e Mulheres na Astronomia”.
No evento, com transmissão ao vivo pelo canal do ON no YouTube, as pesquisadoras Arianna Cortesi, Claudia Matos, Gleici Kelly de Lima e Josina Nascimento, vão conversar sobre o Dia Internacional da Mulher (8/3) e o Dia Internacional das Meninas e Mulheres na Ciência (11/02). Além disso, apresentarão os projetos que desenvolvem voltados a estes assuntos.
Arianna Cortesi: Doutora em Astronomia pela Universidade de Nottingham, no Reino Unido e, atualmente, desenvolve sua pesquisa de pós-doutorado no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), no Rio de Janeiro. Tem experiência na área de Astronomia, com ênfase em nebulosas planetárias, globular clusters, formação de galáxias e ajuste de parâmetros galácticos em levantamentos astronômicos. Participa ainda de projetos de extensão, com foco na astronomia cultural.
Claudia Matos: Museóloga (UNIRIO), Professora de Geografia (UERJ), especialista em Geologia do Quaternário e mestre em Geologia (UFRJ). Tem experiência em Arqueologia, Geoarqueologia, Geologia do Quaternário, Educação Museal, Divulgação e Popularização da Ciência e Educação Básica. Nos últimos anos, atua como pesquisadora, através do Programa de Capacitação Institucional (PCI), na Coordenação de Educação e Popularização da Ciência (COEDU) do Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST), onde desenvolve atividades educativas e reflexões sobre Instrumentos Científicos Históricos e também atua como colaboradora no projeto Meninas no MAST.
Gleici Kelly de Lima: Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Educação para a Ciência da UNESP/Bauru, mestre em Educação para a Ciência pela mesma instituição, professora substituta do Instituto Federal Catarinense, Campus Rio do Sul, professora monitora voluntária do Observatório Didático de Astronomia "Lionel José Andriatto" (ODA) e membro do Comitê Nacional de Divulgação da União Astronômica Internacional (IAU-NOC Brasil). Participante do Grupo de Pesquisa em Ensino de Ciências (GEPEC- UNESP/Bauru), EnCiMaT: Educação em Ciências, Educação Matemática e TIC's no ensino (UFPR) e Grupo de Estudos em Infância (GEI- UNESP/Bauru). Pesquisa atualmente sobre a interlocução entre Ensino de Astronomia em Espaços não-formais, Psicanálise, memória, letramento científico, Infância e Lúdico. Graduada em Pedagogia pelo Instituto Federal Catarinense, na qual desenvolveu pesquisa de iniciação científica em Educação e Psicanálise. Especialista em Metodologia do Ensino de Matemática e Física (EaD).
Josina Nascimento: Bacharel em Física pela UFRJ, mestre e doutora na área de Engenharia de Sistemas e Computação pela COPPE/UFRJ. Atualmente coordena os projetos de divulgação e popularização de Astronomia: "Olhai pro Céu RJ" em parceria com o MAST e AstroEducadores, formação continuada para professores. Compõe a Comissão Organizadora da OBA, integra a equipe do projeto XXXIV Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica e coordena a Divisão de Comunicação e Popularização da Ciência (DICOP) do ON. É também membro do NOC Brasil, Escritório Nacional de Divulgação ligado à IAU (União Astronômica Internacional).
Não perca! Na 4ª feira, dia 9 de março, às 19h30