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Observatório Nacional encerra 2024 com evento interno celebrando realizações e planejando o futuro
No dia 6 de dezembro, o Observatório Nacional (ON/MCTI) promoveu o evento interno “O ano de 2024 no Observatório Nacional”, reunindo servidores, colaboradores, bolsistas e alunos para discutir as principais atividades, conquistas e desafios enfrentados ao longo do ano. O encontro, realizado em clima de confraternização entre os participantes, marcou um momento de reflexão sobre os avanços da instituição e apontou perspectivas promissoras para os próximos anos.
A abertura foi conduzida pelo diretor do ON, Dr. Jailson Alcaniz, que destacou a superação de desafios financeiros em 2024 graças à eficiente gestão administrativa e à dedicação das equipes. Entre os sucessos do ano, Jailson mencionou o calendário de eventos científicos do ON, que será expandido em 2025. Além disso, ressaltou as melhorias significativas nas infraestruturas das instalações do ON, a criação do Prêmio Melhor Tese de Doutorado e a conquista de 29 novos servidores aprovados no concurso público. Por fim, Jailson pontuou que as Coordenações e Divisões do ON foram muito bem-sucedidas na captação de recursos por meio de vários projetos de grande relevância científica e tecnológica.
O evento contou com apresentações dos gestores das Divisões e Coordenações do ON, abordando temas como tecnologia da informação, serviços da hora legal brasileira, geofísica, astronomia e astrofísica, programas de pós-graduação e popularização da ciência. Cada apresentação reforçou o compromisso da instituição com a excelência científica e tecnológica, além de enfatizar a importância da colaboração de toda a comunidade do ON para o sucesso coletivo.
Diretor do ON, Dr. Jailson Alcaniz
Tecnologia da Informação
O Dr. Jorge Eduardo Mansur, gestor da Divisão de Tecnologia da Informação (DITIN), apresentou um panorama das ações e avanços da área em 2024, destacando a execução de iniciativas estratégicas, como o projeto de virtualização dos campi do ON e a aquisição de um novo gerador para o Centro de Processamento de Dados do Observatório Nacional (CPDON). O CPDON consolidou-se como uma referência na comunidade científica, destacando-se pela alta disponibilidade de seus serviços e pela robusta infraestrutura projetada para o processamento e armazenamento de grandes volumes de dados. Essa excelência operacional tem contribuído significativamente para o avanço das pesquisas científicas, oferecendo suporte confiável e eficiente às demandas de alto desempenho computacional.
Entre os resultados do ano, Mansur apontou o aumento significativo no número de atendimentos a usuários, que passou de cerca de 700 em 2023 para 1.147 em 2024, além do reforço na infraestrutura lógica para aprimorar a segurança.
Dr. Jorge Eduardo Mansur, gestor da DITIN
Entre os projetos de destaque, o gestor mencionou o chatbot Aurora, desenvolvido com inteligência artificial pela DITIN, e destacou o desenvolvimento de projetos de pesquisa relacionados ao fomento à equidade de gênero e a organização de eventos científicos. Outras realizações de 2024 incluem o desenvolvimento de sites para eventos científicos e a participação em eventos de popularização em parceria com a Divisão de Comunicação e Popularização da Ciência (DICOP). Para o futuro, a DITIN pretende ampliar a capacidade do CPDON, apoiar novas demandas de pesquisa e lançar o projeto Portal da Ciência do Observatório Nacional, além de se consolidar como ponto de presença da RedeComep-RNP.
Administrativo
O gestor da Coordenação de Administração (COADM), Luiz Carlos Pereira, apresentou os avanços e desafios enfrentados na área administrativa em 2024. Entre os destaques, mencionou a adoção da Lei 14.133, que rege as contratações e aquisições públicas. Embora desafiadora, a implementação dessa nova legislação representou uma evolução importante, permitindo uma gestão mais eficiente dos recursos disponíveis. O gestor também compartilhou dados sobre a evolução orçamentária, com um aumento de 13,8% em 2024, e analisou os gastos da instituição nos últimos cinco anos, evidenciando uma trajetória de crescimento e melhorias.
Gestor da Coordenação de Administração (COADM), Luiz Carlos Pereira
No âmbito da infraestrutura, Luiz Carlos ressaltou os projetos de reforma e modernização das instalações do ON, que foram um dos focos em 2024. Para o próximo ano, ele antecipou novas restaurações e reformas, com destaque para a Casa Rosa e o galpão da SELOG, reforçando o compromisso da COADM com a melhoria contínua do ambiente de trabalho e das condições operacionais da instituição.
Metrologia de Tempo e Frequência
O Dr. Ricardo José de Carvalho, gestor da Divisão de Serviços da Hora Legal Brasileira (DISHO), apresentou as principais conquistas e avanços na área de Metrologia de Tempo e Frequência em 2024. Entre os destaques, está a aquisição de um novo relógio de césio óptico, que moderniza o conjunto de relógios do ON, e de dois contadores capazes de medir simultaneamente diferenças de tempo. No segmento de calibração, foram implantadas duas estações para medições de intervalo de tempo, e o número de calibrações realizadas alcançou 21 serviços no ano. Ricardo também reforçou a manutenção da rastreabilidade da raiz do tempo em São Paulo e a continuidade da disseminação da Hora Legal Brasileira (HLB), bem como da rede de carimbo de Tempo Certificado quanto pela rede de sincronismo certificado à HLB.
Dr. Ricardo José de Carvalho, gestor da DISHO
O gestor destacou ainda que, como Instituto designado pelo Inmetro, o ON mantém a responsabilidade de padronização de referência metrológica no Brasil. Em 2024, o Sistema Integrado de Gestão da Qualidade do ON (SIGQON) passou por auditoria no processo de Peer Review, garantindo a manutenção do reconhecimento internacional pelo Sistema Interamericano de Metrologia (SIM). Esse marco celebrou os 20 anos de reconhecimento da DISHO junto ao SIM.
Na pesquisa, Ricardo enfatizou projetos voltados à transformação digital, escala de tempo atômico brasileira e tecnologias de transferência de tempo e frequência utilizando GNSS e fibra óptica, além da participação do ON nas reuniões do Comitê Consultivo de Tempo e Frequência do BIPM realizadas em novembro.
Pós-Graduação do ON
O Dr. Marcelo Borges Fernandes, gestor da Divisão de Programas de Pós-graduação (DIPPG), celebrou o marco dos 51 anos da pós-graduação do Observatório Nacional em 2024. Desde sua criação, o programa formou 171 mestres e 136 doutores em Astronomia, além de 149 mestres e 72 doutores em Geofísica, consolidando-se como referência em formação científica. No ano, foram titulados 6 mestres e 7 doutores em Astronomia, bem como 3 mestres e 1 doutor em Geofísica, com produções acadêmicas expressivas com participação dos discentes: 22 artigos publicados na Astronomia e 3 na Geofísica, vários deles com o discente como primeiro autor.
Dr. Marcelo Borges Fernandes, gestor da DIPPG
Marcelo destacou avanços na infraestrutura, como a renovação de computadores, a aquisição de novas TVs para salas de aula e melhorias no auditório principal, que também recebeu um novo colaborador e sediou diversos eventos científicos. A DIPPG participou ativamente de projetos em Astronomia, Geofísica e popularização da ciência. Entre os destaques do ano, estão diferentes editais premiando alunos de ambos os programas, como o Bolsa Nota 10 da FAPERJ (saiba mais aqui e aqui) e os de doutorado sanduíche da CAPES, além de edital aberto para pós-doutorado e a criação do Prêmio Observatório Nacional de Melhor Tese.
Os desafios e metas para o futuro incluem a ampliação dos corpos docente e discente, implementação de ações afirmativas, maior acessibilidade no campus, maior internacionalização e capacitação de estudantes, e melhora na avaliação da CAPES de ambos os programas, prevista para 2025. Marcelo reforçou o compromisso com o aprimoramento constante na infraestrutura e a atualização de regulamentos e normas, visando manter a excelência acadêmica da divisão.
Geofísica
O Dr. Fábio Pinto Vieira, gestor da Coordenação de Geofísica do Observatório Nacional (COGEO), apresentou os marcos significativos alcançados em 2024. O Laboratório de Gravimetria (LabGrav), além de ter passado por reforma e ampliação, foi oficialmente designado pelo INMETRO como o laboratório responsável pela referência nacional da grandeza “gravidade terrestre” no Brasil. Além disso, passou por uma auditoria conduzida por especialistas internacionais, visando o atendimento aos requisitos do Sistema Interamericano de Metrologia (SIM). Em novembro, o LabGrav, assim como o Sistema de gestão da qualidade do ON (SGQON), obteve aprovação internacional durante a reunião do grupo QSTF (Quality System Task Force) do SIM, realizada no Panamá. Esse reconhecimento reforça o compromisso do ON com a excelência na gestão da qualidade.
Na Petrofísica, a assinatura de um projeto inovador com a Petrobras, voltado para o armazenamento de cascalho em subsuperfícies, busca posicionar o LabPetron como um potencial centro de referência.
Dr. Fábio Pinto Vieira, gestor da COGEO
Outras iniciativas notáveis incluíram o curso de Geofísica com Drones, modernização de equipamentos no Pool de Equipamentos Geofísicos do Brasil (PEG-BR) e estudos avançados sobre terremotos profundos na Amazônia em parceria com a Rede Sismográfica Brasileira (RSBR) e com o PEG-BR. Também foi destaque a expansão da RSBR para o mar e a reocupação de 12 estações geomagnéticas, superando a meta inicial de 10. No Laboratório de Paleomagnetismo e Mineralogia Magnética (LP2M-ON), houve avanços em infraestrutura, com reformas e aquisição de um magnetômetro, além de projetos de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e de Infraestrutura em colaboração com a Petrobras.
No Geomagnetismo, o Observatório Magnético de Tatuoca (OMT) teve melhorias significativas com a compra de uma lancha para facilitar o trabalho, aquisição de novos equipamentos e parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA) para reforço na segurança e na pesquisa. Já o Observatório Magnético de Vassouras (OMV) recebeu novos investimentos para aprimorar suas operações. O ano foi marcado ainda pela realização do XXth IAGA Workshop on Geomagnetic Observatory Instruments, evento internacional da Associação Internacional de Geomagnetismo e Aeronomia (IAGA), que foi organizado pelos pesquisadores do ON Dr. Luiz Benyosef (presidente) e Dr. André Wiermann (co-presidente). O Dr. Fábio também mencionou o trabalho do grupo de Geofísica Computacional na interpretação multifísica de bacias com rochas vulcânicas.
Astronomia e Astrofísica
A Dra. Simone Daflon, gestora da Coordenação de Astronomia e Astrofísica (COAST), apresentou um panorama dos avanços e realizações em 2024, ressaltando a publicação de 62 artigos em revistas científicas e a organização de diversos eventos de destaque, como o XII Reunião de Trabalho sobre Ciências Planetárias (Taller), a Conferência Livre no âmbito da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, a reunião de encerramento do projeto POEMS (Physics of Extreme Massive Stars), a Escola de Inverno, o V AstrobiON e a reunião da Sociedade Brasileira de Astrobiologia. A COAST também teve participação significativa em outros eventos, incluindo a IOAA, a SBPC, a SNCT, além da Jornada de Iniciação Científica e a Jornada PCI.
Dra. Simone Daflon, gestora da COAST
A Dra. Simone destacou as realizações do IMPACTON (Iniciativa de Mapeamento e Pesquisa de Asteroides nas Cercanias da Terra no ON), projeto que manteve um índice de 70% de aproveitamento nas observações, adquiriu um novo CCD (detector) e continuou investindo em pesquisa e popularização da ciência. A gestora também anunciou a próxima liberação de dados do J-PLUS (Javalambre-Photometric Local Universe Survey) em fevereiro de 2025 e mencionou o sucesso do S-PLUS Meeting, realizado em agosto no CBPF. No âmbito do levantamento astronômico Javalambre-Physics of the Accelerated Universe Astrophysical Survey (J-PAS), co-liderado pelo ON, Simone destacou a liberação dos primeiros 12 graus quadrados do mapa tridimensional do Universo, contendo cerca de 550.000 objetos astronômicos, apresentado no J-PAS Meeting em novembro.
Entre os demais projetos, Simone abordou o encerramento do POEMS, a continuidade do DES Y6 (The Dark Energy Survey) e a chegada do OCEANS (Overcoming challenges in the evolution and nature of massive stars), que será iniciado em 2025. Para o próximo ano, as perspectivas incluem a chegada de novos servidores, liberações de dados dos projetos J-PAS DR1 e J-PLUS DR4, e a realização de eventos científicos de grande relevância, como a celebração dos 100 anos da tese de Cecilia Payne, a Escola de Inverno, o VI VISCACHA Meeting, a Escola Itinerante e o próximo S-PLUS Meeting.
Divulgação e Popularização da Ciência
A Dra. Josina Nascimento, gestora da Divisão de Comunicação e Popularização da Ciência (DICOP), apresentou os resultados expressivos alcançados em 2024. Entre os destaques está o rico acervo da biblioteca do ON, que conta com 70.000 exemplares, 400 periódicos, 2.000 obras raras, cerca de 600 fotografias e 300 negativos em vidro. As atividades realizadas pela biblioteca incluíram preservação, gestão de acervo, doação, atendimento ao público e eventos.
No campo das redes sociais, os números foram igualmente expressivos, com 508 postagens, um alcance total de 2.204.658 e um engajamento de 83.146 nas plataformas X/Twitter, Instagram, Facebook e YouTube.
A DICOP também realizou diversas transmissões ao vivo do programa "Céu em sua casa: observação remota", publicou 144 notícias no site do ON e contabilizou um recorde de 2.952 inserções na mídia, um aumento de 247% em relação a 2023. O programa "Ciência no Rádio", em parceria com a rádio MEC, produziu 39 episódios em 2024, somando 408 programas desde sua criação em 2015. Além disso, o Observatório Nacional enviou 35 newsletters ao longo do ano, acumulando 152 desde o início do projeto.
Dra. Josina Nascimento, gestora da DICOP
A divisão também se destacou na organização e participação em eventos de popularização da ciência, como a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (em Brasília e no Campus ON/MAST), a SBPC em Belém, o Festival da Ciência no Rio de Janeiro e a 17ª Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica (IOAA), que reuniu cerca de 300 estudantes de 53 países no Brasil.
Para 2025, a DICOP planeja expandir suas atividades e projetos, incluindo o lançamento do podcast PodObservar, a implementação de uma Política de Comunicação Social e o desenvolvimento de iniciativas como a plataforma AstroEducadores, o projeto Olhai pro céu, Brasil e eventos em celebração aos 110 anos do Observatório Magnético de Vassouras. Outros objetivos incluem ações de acessibilidade, a publicação de efemérides astronômicas em tempo real, e a ampliação de projetos de ciência cidadã, como o AstroNasaBrasil, visando alcançar novos públicos e fortalecer o papel do ON na popularização da ciência.