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Observatório Nacional contribui para estudo de terremotos profundos na Amazônia por meio da RSBR e do PEG-BR
O Observatório Nacional (ON/MCTI), por meio da Rede Sismográfica Brasileira (RSBR) e do Pool de Equipamentos Geofísicos do Brasil (PEG-BR), anuncia a participação no projeto "Tomografia Sísmica na Amazônia Ocidental: Terremotos Profundos na Placa de Nazca", liderado pelo Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Sismógrafo instalado pelo projeto
O principal objetivo é determinar a estrutura sísmica detalhada da placa de Nazca sob a Amazônia Ocidental, buscando compreender o regime térmico e a origem dos terremotos de fonte profunda (550 - 650 km) na região.
Para isso, uma rede sismográfica temporária está sendo instalada, composta por 11 sismógrafos de banda larga do PEG-BR, que é um projeto do ON, além de cinco sismógrafos da RSBR, coordenada pelo ON, bem como três sismógrafos do Laboratório Sismológico da UFRN e um sismógrafo da rede de monitoramento global (GSN).
Os terremotos profundos ocorrem no interior de placas oceânicas em subducção e o fenômeno, em si, não difere substancialmente dos terremotos que ocorrem perto da superfície terrestre. No entanto, devido às diferentes condições de pressão e temperatura nessas profundidades, o mecanismo físico por trás da ocorrência desses terremotos profundos não pode ser semelhante ao dos terremotos rasos.
Mapa das estações sismográficas. Fonte: LABSIS/UFRN
Benefício para a sociedade e engajamento com gestores públicos
É importante ressaltar que a implantação da rede de estações sismográficas temporárias permitirá também ampliar a detecção de eventos na Amazônia Ocidental.
Além disso, com base nos dados coletados, as Defesas Civis dos estados poderão se preparar melhor para enfrentar terremotos expressivos. Planos de evacuação, estratégias de resposta e medidas de segurança podem ser desenvolvidos com base nas informações sísmicas disponíveis. O envolvimento dos gestores públicos, como prefeitos, secretários de Defesa Civil e outros, será fundamental para isso, através de tomada de decisões informadas com base nos dados coletados e a implementação de políticas de prevenção e resposta.
A conscientização pública será também fundamental para garantir que as comunidades estejam preparadas para lidar com esses eventos naturais, o que será feito através de palestras em escolas, universidades e instituições locais.
Parcerias e Instituições Envolvidas
O projeto "Tomografia Sísmica na Amazônia Ocidental" conta com a participação de uma equipe multidisciplinar composta por dez pesquisadores e dois técnicos, representando oito instituições de ensino e pesquisa, além de uma empresa do setor privado. A coordenação geral está a cargo do Prof. Dr. Jordi Julià Casas, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), enquanto a vice-coordenação é realizada pelo Prof. Dr. Antonio Romero da Costa Pinheiro, da Universidade Federal do Acre (UFAC). Os demais participantes são: Prof. Dr. Marcelo P. Rocha (UnB); Juraci Mário de Carvalho (UnB); Prof. Dr. Paulo Araujo de Azevedo (UFOPA); Prof. Dr. Marcelo Assumpção (USP); Prof. Dr. Rosana Maria do Nascimento Luz (UFRA); Prof. Dr. Waldemir Lima dos Santos (UFAC); Dr. Diogo Farrapo de Albuquerque (Braskem); Dr. Marcus Vinícius Ferreira (CPRM); Eduardo Alexandre Santos de Menezes (UFRN); Adriano Pereira Botelho (UnB)
Financiamento
O projeto obteve recursos do CNPq (Chamada Universal) e conta com o apoio financeiro do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Estudos Tectônicos (INCT-ET).