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Programa Ciência no Rádio é uma parceria ON-Rádio MEC e vai ao ar em todas as quartas-feiras às 7h10 da manhã
Novidades da astrofísica em 2022
O "Ciência no Rádio" é um dos quadros do programa "Rádio Sociedade" e vai ao ar todas às quartas-feiras às 7h10min da manhã (Hora Legal de Brasília). O programa é resultado de uma parceria do ON com a Rádio, criada em 2015 para levar ao público informações científicas ligadas às três áreas de atuação do ON: astronomia e astrofísica, geofísica, metrologia em tempo e frequência. São quase 290 programas ao longo desses anos! E todos estão disponíveis em nosso site Clique aqui para ouvir.
Em maio de 2021, o "Ciência no Rádio" passou a ser transmitido também por outras frequências, alcançando São Paulo, Belo Horizonte, Recife e Brasília, além do Rio de Janeiro. Além disso, passou a ser disponibilizado um contato de Whatsapp para que o ouvinte possa interagir com sugestões de temas para o programa: (21) 99710-0537.
Na próxima edição do programa, o convidado será o astrofísico do Observatório Nacional, Ricardo Ogando. Ele tem graduação em Astronomia e doutorado em Física pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Atualmente, trabalha com aglomerados de galáxias e suas estrelas desgarradas em grandes mapeamentos do céu, como o Dark Energy Survey.
No programa, Ogando vai falar sobre as novidades da astrofísica em 2022 que deve ser mais um ano de muitas novidades no espaço.
Telescópio espacial James Webb (JWST)
Uma das maiores novidades de 2022 está relacionada ao telescópio espacial James Webb (JWST), lançado no final de 2021. O JWST é considerado sucessor e complementar ao telescópio espacial Hubble, pois vai observar no infravermelho em vez do visível, com um espelho bem maior, possibilitando enxergar cada vez mais longe no universo.
O JWST, que foi enviado para o espaço como uma grande dobradura, já conseguiu executar todos os passos principais de montagem com sucesso: esticou seu escudo térmico, já que vai precisar operar em temperaturas baixíssimas, afinal, observar no Infravermelho é como observar o calor das coisas.
O telescópio também colocou os seus espelhos no lugar e agora precisa calibrá-los. Conforme destaca Ogando, isso vai acontecer bem devagarinho, sem pressa, com o movimento dos espelhos de no máximo um milímetro por dia, algo como o crescimento da grama em um jardim.
Quando começar a operar, em alguns meses, o telescópio deve nos maravilhar com imagens nunca antes vistas do universo.
Missão Artemis 1
Falando de coisas já vistas, em 2022 haverá uma espécie de reprise do programa Apollo da década de 60/70 que levou a humanidade à Lua.
“No início de 2022, devemos ter o pontapé inicial da nossa volta ao nosso satélite natural. A missão Artemis 1, não tripulada, deve ser enviada para a Lua em março de 2022 e testar novos foguetes de lançamento, nave, além de lançar cubesats, que são mini-satélites para estudar a lua”, destacou o astrofísico.
A NASA também tem uma nova iniciativa onde empresas privadas vão levar experimentos até a Lua. Cada voo deve levar vários instrumentos e experimentos para facilitar futuras operações, entender como as visitas à Lua afetam seu ambiente e, claro, medir a quantidade de água na Lua.
Outros países, como Japão, Índia, Rússia, Emirados Árabes Unidos e Coréia do Sul também devem enviar sondas para a Lua esse ano.
Telescópio IXPE
Voltando aos telescópios espaciais, Ogando ressaltou que quem deve começar a observar esse ano é o IXPE, um telescópio que observa raios-x. Raio-x é uma onda eletromagnética com frequência muito alta, associada a processos muito energéticos no universo, como explosões estelares.
“Como felizmente os raios-x não penetram na atmosfera, dependemos de telescópios espaciais, fora da atmosfera terrestre, para observar o universo nessa frequência”, diz Ogando.
A novidade desse novo telescópio é que ele vai observar um fenômeno chamado polarização, como aqueles dos óculos escuros que protegem seus olhos do brilho do sol refletido em superfícies como a do mar.
Nesse caso, será possível aprender como a emissão de raio-x de uma explosão estelar, por exemplo, interage com o meio-interestelar.
Missão DART
Por fim, para quem viu o filme “Não olhe para cima” e ficou preocupado com as defesas planetárias contra asteroides e cometas, vale a pena ficar de olho na missão DART, que partiu ano passado rumo ao sistema duplo de asteroides Dydimos, vai chegar lá com tudo em setembro e colidir com sua luazinha Dimorphos para testar nossa capacidade de desviar um asteroide que potencialmente esteja em rota de colisão com a Terra.
Novidades em Marte
E claro, haverá novidades vindas das sondas e jipinhos operando em Marte, como a Perseverance e seu helicóptero.
No final deste ano, abre a janela de lançamentos de novas missões para Marte, e ao menos um novo rover deve ser enviado para o planeta vermelho.
Essa é só uma pequena amostra do que esperamos vir do espaço em 2022.
Não perca! Na 4ª feira, dia 26 de janeiro, às 7h10min!
Programa Rádio Sociedade, quadro Ciência no Rádio, Rádio MEC AM.