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NASA confirma que Missão DART desviou rota de asteroide
Descobertas de pesquisadores por trás da Missão DART (Teste de Redirecionamento de Asteroides Duplos) confirmam a viabilidade de redirecionar objetos próximos da Terra, como asteroides, como medida de defesa planetária.
Este é o assunto da próxima edição do "Ciência no Rádio", um dos quadros do programa "Rádio Sociedade", que vai ao ar todas às quartas-feiras às 7h10min da manhã (Hora Legal de Brasília).
O programa conversa com o astrônomo e pós-doc do ON, Dr. Filipe Monteiro. Ele possui graduação em Física pela Universidade Federal Rural de Pernambuco, mestrado e doutorado em Astronomia pelo Observatório Nacional e, atualmente, é bolsista de pós-doutorado NOTA 10 da FAPERJ, atuando junto a pesquisadores do grupo de Ciências Planetárias do ON.
Conforme explica Filipe, a Missão DART consiste no primeiro teste de defesa planetária em escala real da história conduzido pela NASA.
Em 26 de setembro de 2022, o Teste de Redirecionamento de Asteroides Duplos colidiu intencionalmente com o asteroide lunar Dimorphos de 160 m de largura – que orbita o maior asteroide Didymos de 780 m de largura – para o primeiro teste de defesa planetária. O tamanho desse satélite é similar ao da maioria dos asteroides que representam risco para a Terra.
O objetivo da Missão DART foi testar a técnica de impacto cinético para mudar a velocidade do objeto impactado. A DART colidiu com o satélite a cerca de 22.500 km/h.
A equipe por trás da missão publicou uma série de artigos na Revista Nature neste início de março detalhando o impacto bem-sucedido da espaçonave, a física por trás da colisão, as observações dos detritos resultantes dos impactos e os cálculos das mudanças orbitais da lua Dimorphos.
As descobertas confirmam a viabilidade de redirecionar objetos próximos da Terra, como asteroides, como medida de defesa planetária.
Após a colisão, a espaçonave alterou a órbita do asteroide Dimorphos em 33 minutos. Além disso, o impacto causou uma desaceleração instantânea na velocidade de Dimorphos ao longo de sua órbita de cerca de 2,7 milímetros por segundo.
A espaçonave DART não foi a única fornecedora de impulso no impacto com Dimorphos. Um “empurrãozinho” adicional foi causado pelas explosões violentas de detritos quando a espaçonave se chocou contra a lua do asteroide.
Havia tantos detritos ejetados com o impacto que Dimorphos foi empurrado aproximadamente 3,5 vezes mais efetivamente em comparação com o impacto da espaçonave DART sozinha.
Esta descoberta foi confirmada quando a equipe mediu a órbita do asteroide e percebeu que ela havia mudado mais do que as expectativas.
A diferença nos períodos orbitais, ou o tempo que leva para um objeto celeste completar uma rotação em torno de outro objeto, indica que a órbita de Dimorphos em torno de Didymos mudou.
Antes do impacto, a expectativa era que a colisão encurtasse a órbita de Dimorphos em apenas 10 minutos. Mas após o impacto, os cientistas calcularam que o período orbital foi reduzido ainda mais, reduzindo uma órbita em pouco mais de 30 minutos.
Em outras palavras, o material ejetado atuou como um jato para empurrar a lua ainda mais para fora de sua órbita original.
Essas descobertas aumentam nossa compreensão fundamental dos asteroides e constroem uma base de como a humanidade pode defender a Terra de um asteroide potencialmente perigoso, alterando seu curso.
A missão DART empregou uma técnica de deflexão de asteroides conhecida como “impacto cinético”, que em termos mais simples significa esmagar uma coisa em outra coisa – neste caso, uma espaçonave em um asteroide.
Assim, com tempo suficiente de antecedência, uma mudança relativamente pequena na órbita de um asteroide faria com que ele não atingisse a Terra, evitando que a destruição em larga escala ocorresse em nosso planeta.
Sobre o Programa Ciência no Rádio
O programa Ciência no Rádio é resultado de uma parceria do Observatório Nacional (ON) com a Rádio MEC, criada em 2015 para levar ao público informações científicas ligadas às três áreas de atuação do ON: astronomia e astrofísica, geofísica, metrologia em tempo e frequência. São mais de 300 programas ao longo desses anos! E todos estão disponíveis em nosso site Clique aqui para ouvir.
Em maio de 2021, o "Ciência no Rádio" passou a ser transmitido também por outras frequências, alcançando São Paulo, Belo Horizonte, Recife e Brasília, além do Rio de Janeiro. Além disso, passou a ser disponibilizado um contato de WhatsApp para que o ouvinte possa interagir com sugestões de temas para o programa: (21) 99710-0537.
Não perca! Na 4ª feira, dia 15 de março, às 7h10min!
Programa Rádio Sociedade, quadro Ciência no Rádio, Rádio MEC AM.