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Pesquisadores do ON fotografam maior mancha solar deste ano
O grupo de pesquisadores do Sol do Observatório Nacional fotografou, na última sexta-feira, dia 14 de julho, a maior mancha solar deste ano. As manchas solares são deformações do campo magnético do Sol com grande concentração de linhas magnéticas. As manchas têm aparência escura porque sua temperatura é bastante inferior ao restante da fotosfera e atuam obstruindo a saída do calor interior do Sol.
No círculo, a mancha fotografada com o heliômetro do Observatório Nacional
Na madrugada da sexta-feira, a mancha explodiu produzindo um flare solar – explosões solares que ocorrem nas manchas, resultado de uma grande concentração de linhas magnéticas que se reconectam enviando para o espaço bilhões de toneladas de matéria, junto com o campo magnético, em alta velocidade, em torno de 800 mil km/segundo. Normalmente, levam de 2 a 3 dias para chegar à Terra.
O estudo das manchas é importante porque elas podem causar diversos problemas no planeta, além de ser objeto de pesquisas que poderão fornecer informações sobre o clima na Terra. "Esta explosão não foi muito violenta. Quando é muito violenta e vem em direção à Terra, pode trazer problemas, mas o campo magnético da Terra nos protege. As mais fortes podem causar danos em equipamentos elétricos e eletrônicos, além de problemas em oleodutos e nas comunicações via rádio, por exemplo", explica o pesquisador Sérgio Boscardin.
Também resultam destes flares as auroras boreais e austrais – fenômenos luminosos decorrentes do bombardeio dos átomos da alta atmosfera por estas partículas.
O Sol tem ciclos de manchas que duram aproximadamente 11 anos. "Estamos agora no final de um destes ciclos. Neste mesmo ciclo, entre 2012 e 2014, houve manchas bem grandes e algumas que explodiram, maiores que esta. Mas provavelmente não se verá uma mancha deste tamanho nos próximos anos porque o próximo ciclo, de acordo com especialistas, será fraco e talvez nem produza manchas", diz Boscardin.
Em 1859 houve a maior explosão solar já registrada. Naquela época, o único equipamento elétrico amplamente utilizado era o telégrafo e esta explosão danificou uma grande quantidade destes aparelhos, comprometendo o funcionamento da rede telegráfica e interferindo nas comunicações.
Imagem mostra, em velocidade acelerada, a explosão registrada na última sexta-feira, dia 14 de julho
Crédito: Space Weather
Texto: Alba Bozi
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