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Geofísica do ON/MCTI realiza 4ª campanha de aquisição de dados geotérmicos em MG
A equipe do Laboratório de Geotermia do Observatório Nacional – unidade de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (ON/MCTI) – iniciou nesta semana a quarta campanha de campo para aquisição de dados geotérmicos no âmbito do projeto financiado pela PETRONAS, que realiza investigações multifísicas no Sudeste do Brasil.
As investigações multifísicas na geofísica envolvem a integração de múltiplas técnicas e métodos de coleta de dados para obter informações detalhadas sobre as propriedades físicas e estruturas do subsolo terrestre. Esta aquisição de dados está sendo realizada com um novo equipamento desenvolvido pelo LabGeot (Laboratório de Geotermia) em parceria com o LDSM/ON (Laboratório de Desenvolvimento de Sensores Magnéticos).
Equipe da COPASA auxiliou grupo do ON
Essa campanha vai de 27 de março até o dia 10 de abril e envolve parte das regiões da zona da mata mineira e metropolitana. Participam da campanha o Dr. Fábio Vieira, pesquisador e coordenador da Geofísica do ON; a Dr a. Suze Guimarães, pesquisadora pós-doc do ON, e Beatriz Lessa, estagiária do LabGeot/ON e graduanda em Geofísica na UFF.
Esta quarta campanha conta com o apoio da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA), que está auxiliando a equipe na localização dos poços para coleta de dados.
O P rojeto PETRONAS_Multifísica, coordenado pelo pesquisador do ON, Dr. Sergio Fontes, utiliza diferentes métodos geofísicos para interpretação em subsuperfície na região sudeste do Brasil, tanto na região continental quanto na plataforma. Toda a região de estudo envolve diferentes contextos geológicos o que inclui a Bacia de Campos, integrando diferentes dados geofísicos como estudos magnetotelúricos e de fluxo de calor.
Sonda utilizada na aquisição de dados geotérmicos
Nesta campanha, a equipe de pesquisadores do ON irá realizar aquisição de dados geotérmicos para mapeamento de fluxo de calor interno da Terra. Serão realizadas medidas de temperatura ao longo de um perfil em profundidade utilizando poços artesianos profundos, com mais de 100 metros (especialmente os poços de águas subterrâneas que possam ser disponibilizados para a perfilagem). Ao todo, para essa campanha, foram selecionados 25 poços distribuídos em 15 cidades distintas na região foco de estudo.
“Os perfis térmicos são medidas de temperatura em profundidade que possibilita a medida da variação térmica ou gradiente geotérmico do interior da Terra. A partir dessa medida, e conhecendo parâmetros térmicos do meio geológico, podemos calcular o fluxo de calor interno da Terra preso nas rochas (crustal)”, explicou a Dra. Suze Guimarães.
Segundo a pesquisadora, essa informação é fundamental para estudo do processo de formação dos mais diferentes contextos geológicos como, por exemplo, as bacias sedimentares onde se encontram os recursos energéticos para a sobrevivência dos seres humanos.
Sobre o Projeto Petronas-Multifísica
O projeto Petronas-Multifísica propõe a integração de múltiplos conjuntos de dados geofísicos do Sudeste do Brasil. O objetivo é compreender os processos geotectônicos profundos conectando as estruturas geológicas conhecidas como cinturões orogênicos onshore e a margem estendida offshore , que resultou na formação da bacia petrolífera de Campos.
Ambos os dados, incluindo novos dados magnetotelúricos e geotérmicos, campos potenciais disponíveis, perfis de poços e dados sísmicos serão analisados em conjunto para desvendar a dinâmica profunda da Terra.
Em meados de março, outra equipe da Geofísica do ON foi deslocada para realizar a aquisição de dados magnetotelúricos nos Estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais.
O método magnetotelúrico (MT) é uma técnica geofísica eletromagnética que fornece informações sobre a distribuição da resistividade das rochas na subsuperfície. O método utiliza como fonte a variação temporal do campo magnético da Terra.