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Geofísica do ON/MCTI inicia campanha de aquisição de dados geotérmicos nas regiões centro-sul e serrana do RJ
A equipe do Laboratório de Geotermia do Observatório Nacional – unidade de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (ON/MCTI) – iniciou nesta semana uma das quatro campanhas previstas para aquisição de dados geotérmicos no âmbito do projeto financiado pela PETRONAS, que realiza investigações multifísicas no Sudeste do Brasil.
Sonda utilizada na aquisição de dados geotérmicos Créditos: Laboratório de Geotermia ON/MCTI
Essa primeira campanha vai do dia 13 ao dia 28 de junho e envolve parte das regiões centro-sul e serrana no estado do Rio de Janeiro, entre os municípios de Vassouras até Nova Friburgo e Bom Jardim. Participam da campanha o Dr. Fábio Vieira, pesquisador e coordenador da Geofísica do ON; a Dra. Suze Guimarães, pesquisadora pós-doc do ON; e MSc. Nina Rocha, doutoranda em Geofísica do ON na área de Geotermia/Termomagnetismo.
O P rojeto PETRONAS_Multifísica, coordenado pelo pesquisador do ON, Dr. Sergio Fontes, utiliza diferentes métodos geofísicos para interpretação em subsuperfície na região sudeste do Brasil, tanto na região continental quanto na plataforma. Toda a região de estudo envolve diferentes contextos geológicos o que inclui a Bacia de Campos, integrando diferentes dados geofísicos como estudos magnetotelúricos e de fluxo de calor.
Nesta campanha, a equipe de pesquisadores irá realizar aquisição de dados geotérmicos para mapeamento de fluxo de calor interno da Terra. Mais precisamente, eles realizarão medidas de temperatura conhecidas como perfis térmicos utilizando poços artesianos profundos, com mais de 100 metros (especialmente os poços de águas subterrâneas que possam ser disponibilizados para a perfilagem). Ao todo, para essa campanha, foram selecionados 20 poços distribuídos na região foco de estudo.
“Os perfis térmicos são medidas de temperatura em profundidade que possibilitam medir a variação térmica ou gradiente geotérmico do interior da Terra. A partir dessa medida, e conhecendo parâmetros térmicos do meio geológico, podemos calcular o fluxo de calor interno da Terra preso nas rochas (crustal)”, explicou Suze Guimarães.
Segundo a pesquisadora, essa informação é fundamental para o estudo do processo de formação dos mais diferentes contextos geológicos como, por exemplo, as bacias sedimentares onde se encontram os recursos energéticos para a sobrevivência dos seres humanos.
Sobre o Projeto Petronas-Multifísica
O projeto Petronas-Multifísica propõe a integração de múltiplos conjuntos de dados geofísicos do Sudeste do Brasil. O objetivo é compreender os processos geotectônicos profundos conectando as estruturas geológicas conhecidas como cinturões orogênicos onshore e a margem estendida offshore , que resultou na formação da bacia petrolífera de Campos.
Ambos os dados, incluindo novos dados magnetotelúricos e geotérmicos, campos potenciais disponíveis, perfis de poços e dados sísmicos serão analisados em conjunto para desvendar a dinâmica profunda da Terra.
Em meados de maio, outra equipe da Geofísica do ON foi deslocada para realizar a aquisição de dados magnetotelúricos nos Estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais.
O método magnetotelúrico (MT) é uma técnica geofísica eletromagnética que fornece informações sobre a distribuição da resistividade das rochas na subsuperfície. O método utiliza como fonte a variação temporal do campo magnético da Terra.