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Geofísica do ON inicia 3ª campanha de aquisição de dados geotérmicos em Minas Gerais
A equipe do Laboratório de Geotermia do Observatório Nacional – unidade de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (ON/MCTI) – iniciou no dia 12 de outubro a terceira campanha para aquisição de dados geotérmicos no âmbito do projeto financiado pela PETRONAS, que realiza investigações multifísicas no Sudeste do Brasil. O trabalho de campo vai até o dia 27 de outubro.
Ponto de coleta de dados geotérmicos em Bicas MG. Créditos: Laboratório de Geotermia ON/MCTI
Essa terceira campanha envolve 26 cidades da Região da Mata e Central do estado de Minas Gerais: Bicas, Piau, Rio Pomba, Ubá, Alto do Rio Doce, Lamin, Caranaíba, Mariana, Ouro Preto, Itabirito, Brumadinho, Bonfim, Itana, Divinopolis, Oliveira, St Antônio do Amparo, Ritapolis, Lavras, Ijaci, São João del Rey, Prados, Barbatana, São Vicente de Minas, Andrelândia, Lima Duarte e Juiz de fora. A equipe que foi à campo é formada pela dupla de pesquisadores do Laboratório de Geotermia: Dr. Fábio Vieira, pesquisador e coordenador da Geofísica do ON, e Dra. Suze Guimarães, pesquisadora pós-doc do ON.
Dr. Fábio Vieira e Dra. Suze Guimarães. Créditos: Laboratório de Geotermia ON/MCTI
O Projeto PETRONAS_Multifísica, coordenado pelo pesquisador do ON, Dr. Sérgio Fontes, utiliza diferentes métodos geofísicos para interpretação em subsuperfície na região sudeste do Brasil, tanto na região continental quanto na plataforma.
Assim como na primeira e segunda campanhas, que abrangeram as regiões norte, noroeste, centro-sul e serrana do RJ, nesta terceira etapa a equipe irá realizar aquisição de dados geotérmicos para mapear o fluxo de calor interno da Terra. Os pesquisadores vão medir as temperaturas ao longo de um perfil térmico em profundidade usando poços artesianos profundos, com mais de 100 metros.
“Os perfis térmicos são medidas de temperatura em profundidade que possibilita a medida da variação térmica ou gradiente geotérmico do interior da Terra. A partir dessa medida, e conhecendo parâmetros térmicos do meio geológico, podemos calcular o fluxo de calor interno da Terra preso nas rochas (crustal)”, explicou Suze Guimarães.
Segundo Suze, essa informação é fundamental para estudo do processo de formação dos mais diferentes contextos geológicos como, por exemplo, as bacias sedimentares onde se encontram os recursos energéticos para a sobrevivência dos seres humanos.
Para esta campanha, foram selecionados mais de 30 poços distribuídos na região foco de estudo, cuja localização foi disponibilizada pela rede de monitoramento de águas subterrâneas do Brasil (SIAGAS) e Instituto Mineiro de Gestão de Águas (IGAM).
Equipamentos para aquisição de dados geotérmicos.
O ON conta com o apoio das Prefeituras e Secretarias Municipais e até mesmo de empresas privadas que detêm a gerência e a administração destes poços para autorização e viabilização da sondagem.
Sobre o Projeto Petronas-Multifísica
O projeto Petronas-Multifísica propõe a integração de múltiplos conjuntos de dados geofísicos do Sudeste do Brasil. O objetivo é compreender os processos geotectônicos profundos conectando as estruturas geológicas conhecidas como cinturões orogênicos onshore e a margem estendida offshore , que resultou na formação da bacia petrolífera de Campos.
Ambos os dados, incluindo novos dados magnetotelúricos e geotérmicos, campos potenciais disponíveis, perfis de poços e dados sísmicos serão analisados em conjunto para desvendar a dinâmica profunda da Terra.