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Geofísica do ON inicia campanha de aquisição de dados Magnetotelúricos
A equipe de Geofísica do Observatório Nacional – unidade de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (ON/MCTI) – iniciou a segunda campanha de aquisição de dados magnetotelúricos do projeto financiado pela PETRONAS, que realiza investigações multifísicas no Sudeste do Brasil. Iniciada neste mês de maio, a campanha vai até julho de 2022.
Aquisição de dados Magnetotelúricos
O Projeto PETRONAS_Multifísica, coordenado pelo pesquisador do ON, Dr. Sergio Fontes, utiliza diversos dados geofísicos da região sudeste do Brasil, tanto em terra como no mar, na região que inclui a Bacia de Campos, integrando dados geofísicos existentes como, por exemplo, dados gravimétricos, magnéticos e sísmicos a novos estudos magnetotelúricos e de fluxo de calor.
O método magnetotelúrico (MT) é uma técnica geofísica eletromagnética que fornece informações sobre a distribuição da resistividade das rochas na subsuperfície. O método utiliza como fonte a variação temporal do campo magnético da Terra.
Nesta campanha, os técnicos farão a aquisição de dados em 20 pontos, em intervalos de 45 quilômetros, nos Estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais, conforme o mapa abaixo.
Mapa com os pontos de aquisição de dados pelo Projeto PETRONAS
A equipe executora do projeto é composta por Ítalo Maurício, geofísico e engenheiro eletrônico do projeto PEGBr (Pool de Equipamentos Geofísicos do Brasil), do Observatório Nacional, e por Olair Ferreira, Anísio Ferreira e Luiz Mangueira, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE.
O geofísico colaborador do ON, Ítalo Maurício, explica que os dados magnetotelúricos são obtidos a partir das medidas simultâneas das variações naturais do campo elétrico e magnético na superfície terrestre.
“Sua aplicação direta é estimar a distribuição da resistividade elétrica das estruturas em subsuperfície”, destaca Maurício.
Equipamento geofísico para aquisição dos dados
Após essa campanha, a equipe fará novas medidas MT na região definida no mapa, mas em intervalos menores, de 5 quilômetros.
“O objetivo é melhorar a resolução das estruturas em subsuperfície e obter mais detalhes dos modelos geológicos offshore que originaram a Bacia de Campos e seu embasamento”, explica Ítalo Maurício.
Sobre o Projeto Petronas-Multifísica
O projeto propõe a integração de múltiplos conjuntos de dados geofísicos do Sudeste do Brasil, com o objetivo de compreender os processos geotectônicos profundos conectando as estruturas geológicas conhecidas como cinturões orogênicos onshore e a margem estendida offshore , que resultou na formação da bacia petrolífera de Campos.
Ambos os dados onshore e offshore , incluindo novos dados magnetotelúricos (MT) e geotérmicos a serem adquiridos neste projeto, campos potenciais disponíveis, perfis de poços e dados sísmicos serão analisados em conjunto para desvendar a dinâmica profunda da Terra controlando o comportamento e evolução da margem passiva estendida.
Imagens tridimensionais de resistividade, fluxo de calor, densidade, suscetibilidade magnética e refletores sísmicos serão usados para criar imagens das estruturas litosféricas e crustais, limites crustais e litosféricos e inferir estruturas desde as profundidades da bacia até a litosfera profunda.
Serão abordadas nesta investigação várias questões associadas às características da margem passiva sudeste que envolve a bacia de Campos: episódios magmáticos/vulcânicos intrusivos pré e pós-rifte, paleo altos do embasamento, herança litosférica, reologia e arquitetura de margem.