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Programa Ciência no Rádio é uma parceria ON-Rádio MEC e vai ao ar em todas as quartas-feiras às 7h10 da manhã
Erupção vulcânica extinguiu dinossauros? Especialista do ON/MCTI comenta
O "Ciência no Rádio" é um dos quadros do programa "Rádio Sociedade" e vai ao ar todas às quartas-feiras às 7h10min da manhã (Hora Legal de Brasília). O programa é resultado de uma parceria do Observatório Nacional (ON) com a Rádio, criada em 2015 para levar ao público informações científicas ligadas às três áreas de atuação do ON: astronomia e astrofísica, geofísica, metrologia em tempo e frequência. São mais de 300 programas ao longo desses anos! E todos estão disponíveis em nosso site Clique aqui para ouvir.
Em maio de 2021, o "Ciência no Rádio" passou a ser transmitido também por outras frequências, alcançando São Paulo, Belo Horizonte, Recife e Brasília, além do Rio de Janeiro. Além disso, passou a ser disponibilizado um contato de WhatsApp para que o ouvinte possa interagir com sugestões de temas para o programa: (21) 99710-0537.
Na próxima edição do programa, a convidada será a pesquisadora e pós-doc do ON, Dra. Suze Guimarães. Ela é especialista em estudos de calor da Terra (geotermia), com experiência em aerolevantamentos geofísicos Atualmente é uma das responsáveis pelo Laboratório de Geotermia do ON. Possui graduação em Física pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e mestrado e doutorado em Geofísica pelo ON, com período sanduíche na Universidade de Kentucky - USA.
No programa, Suze vai falar sobre um estudo recente que sugere fortemente que a atividade vulcânica foi o principal fator de extinções em massa que ocorreram na Terra e não o impacto de um asteroide como muitos acreditam.
Conforme aponta o estudo, a história biológica da Terra foi pontuada por extinções em massa que exterminaram a grande maioria das espécies vivas.
Com base em evidências no registro fóssil, os cientistas já conseguiram identificar vários eventos dessa magnitude que remodelaram a vida na Terra. O mais famoso deles causou o fim dos dinossauros no final do Período Cretáceo, 66 milhões de anos atrás.
A verdadeira causa dessa extinção em massa ainda é objeto de estudo. Embora muito se fale em colisão de asteroides, isso ainda não é uma verdade irrefutável.
Neste novo estudo, os pesquisadores da Universidade de Dartmouth defendem que a atividade vulcânica é o principal fator de extinção em massa. Segundo os cientistas envolvidos nesta pesquisa, os resultados tornam difícil ignorar o papel do vulcanismo na extinção.
Eles afirmam que quatro das cinco extinções em massa registradas ao longo do histórico terrestre, são contemporâneas de um tipo de vulcão chamado “flood basalt” ou basalto de inundação, em português. Os cientistas disseram que teria havido uma série de erupções (ou uma gigante) que encheram uma área muito grande com lava e emitiram quantidade enormes de cinzas vulcânicas na atmosfera em um período de tempo muito curto do ponto de vista geológico.
Essa suposta “inundação” deixou como evidência extensos blocos de rochas que possuem material vulcânico (rochas ígneas). Esses blocos possuem a forma de um degrau que são classificados pelos geólogos de grandes províncias ígneas, e contêm, pelo menos, 100.000 quilômetros cúbicos de magma.
Segundo o autor principal do estudo, essas grandes províncias ígneas se alinham no tempo com extinções em massa e outros eventos climáticos e ambientais significativos.
Na pesquisa, eles analisaram dados de cinco extinções e concluíram que existe uma relação entre as erupções vulcânicas e os eventos de extinção em massa refutando a teoria do impacto de asteroides na extinção dos dinossauros.
Os pesquisadores também analisaram os números dos asteroides e observaram que a ocorrência dos impactos coincidindo com períodos de troca de espécies foi significativamente mais fraca.
Em alguns casos, parece que o cenário já estava preparado para uma extinção generalizada, mesmo sem o asteroide.
De acordo com a pesquisadora do ON/MCTI, Suze Guimarães, a hipótese do estudo é, de alguma forma, plausível. Afinal, a pesquisa indica que existem evidências em diversas erupções vulcânicas analisadas, desde muito antigas como a erupção na Sibéria e Rússia há cerca de 252 milhões de anos e no Decão, Índia há 65 milhões de anos, como a do Monte St. Helens, Washington, US, ocorrida em 1980.
“Esses dados analisados revelaram não uma causa particular de uma extinção em massa, mas deixa claro um fator importante neste fenômeno. É fato que o fenômeno físico, causado pelo transporte de lava e emissão de cinzas vulcânicas que se solidificaram com o tempo, agravaram a situação”, diz Suze.
Perguntada sobre se devemos nos preocupar com um evento de tamanha magnitude, Suze afirma que os fenômenos naturais da Terra podem ocorrer de forma “normal”, mas o problema está no agravamento desses fenômenos pela atividade humana:
“Como sabemos, os fenômenos naturais da Terra possuem um tempo e podem ocorrer de forma ‘natural’. Fenômenos como o resfriamento da Terra, o campo geomagnético que pode inverter sua polarização, e até mesmo erupções vulcânicas que acontecem de tempos em tempos em condições normais de evolução planetária... O problema é a aceleração e agravamento dos fenômenos causados pela atividade humana sem controle, como a poluição que desencadeia as mudanças climáticas e podem resultar em catástrofes e desastres”, conclui Suze.
Não perca! Na 4ª feira, dia 21 de setembro, às 7h10min!
Programa Rádio Sociedade, quadro Ciência no Rádio, Rádio MEC AM.