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Entendendo os tremores em Sete Lagoas (MG) e o papel da Rede Sismográfica Brasileira
Uma série de tremores de terra foi registrada no município de Sete Lagoas, no Estado de Minas Gerais. As magnitudes foram abaixo de 3.0, mas os abalos sísmicos provocaram um susto na população local. Os tremores de terra foram registrados pela Rede Sismográfica Brasileira (RSBR), entidade formada pelas principais instituições de pesquisa em sismologia do Brasil, incluindo o Observatório Nacional.
Para falar sobre a ocorrência desses sismos e a importância da RSBR, o programa Ciência no Rádio, parceria entre o ON e a Rádio MEC, conversa, nesta quarta-feira (24), com Eveline Sayão, doutoranda do Observatório Nacional.
Na semana passada, vários tremores de terra de baixas magnitudes foram registrados pelas estações da Rede Sismográfica Brasileira no município de Sete Lagoas, em Minas Gerais. O maior evento teve magnitude 2.8 e ocorreu na madrugada do dia 16 de janeiro.
Os eventos sísmicos foram analisados tanto pelo Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP) quanto pelo Observatório Sismológico da UnB (OBSIS), que fazem parte da Rede Sismográfica Brasileira.
A atividade sísmica em Minas Gerais é uma das mais expressivas no País em termos de quantidade de sismos. Além disso, se tem notícias de eventos sísmicos naturais (tectônicos) ocorridos desde 1931. Foi em MG que ocorreu o único tremor de terra com vítima no Brasil. Esse evento ocorreu em 2007, em Caraíbas, e teve magnitude 4.9.
Tremores abaixo de 3.0 são considerados fracos e na maioria dos casos eles não são sentidos pela população. No caso de Sete Lagoas, pelo fato de ter acontecido dentro da cidade, esse tremor é sentido na forma de vibrações. Pelos parâmetros, esses tremores têm origem natural, e pelas baixas magnitudes não causam danos significativos.
A RSBR desempenha um papel crucial no monitoramento sísmico do território brasileiro. Ela é composta por diversas instituições e tem como objetivo principal monitorar a sismicidade e gerar informações que sustentem a investigação da estrutura interna da Terra.
Desde 2008, mais de 90 estações sismológicas de última geração foram instaladas em diferentes estados do Brasil.
Os dados da RSBR têm uma gama de aplicações. Eles são essenciais para a pesquisa científica, sendo utilizados por pesquisadores de todo o Brasil para estudar a dinâmica interna do nosso planeta. Além disso, a RSBR desempenha um papel fundamental na promoção da segurança pública. Ao alertar sobre possíveis riscos e permitir a implementação de medidas preventivas, a rede contribui para a proteção das comunidades.
A divulgação de dados públicos também fortalece a cooperação entre instituições acadêmicas, órgãos governamentais e a comunidade científica, enriquecendo o conhecimento geocientífico do país.
O compromisso da RSBR com a implantação e manutenção de estações sismográficas permanentes é um pilar essencial para a compreensão dos fenômenos sísmicos no Brasil.
Ao coletar e transmitir dados precisos e contínuos, a rede é capaz de fornecer informações valiosas que não apenas contribuem para a mitigação de riscos sísmicos, mas também enriquecem os estudos sobre a dinâmica interna do nosso planeta.
O Observatório Nacional, junto com USP, UnB, UFRN e com o apoio do Serviço Geológico do Brasil, realiza a implantação e manutenção das estações da rede, permitindo a conexão em tempo real e a avaliação dos dados para o monitoramento eficaz do território brasileiro.
Em particular, o ON é responsável pela Rede Sismográfica do Sul e do Sudeste do Brasil, operando as estações localizadas nessas regiões.
Além disso, foi aprovado recentemente pela FINEP um projeto que contemplará a expansão Rede Sismográfica para o mar do sudeste, com a coordenação do ON. Os principais objetivos incluem ampliar o conhecimento da atividade sísmica no mar dessa região e estimar melhor o risco e a ameaça sísmica da região que compreende as bacias de Santos, Campos e Espírito Santo.
Não perca! Na 4ª feira, dia 24 de janeiro, às 7h10min!
Programa Rádio Sociedade, quadro Ciência no Rádio, Rádio MEC AM.