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Eclipse solar total ocorre em 8 de abril
No último domingo, tivemos um eclipse lunar penumbral. Neste tipo de eclipse não é possível detectar a olho nu, mudança na luminosidade da Lua. No dia 8 de abril teremos mais um fenômeno astronômico, um eclipse solar total.
Conforme explica a Dra. Josina Nascimento, astrônoma do Observatório Nacional – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (ON/MCTI) – os eclipses da Lua ocorrem quando a Lua entra na sombra da Terra. Sol, Terra e Lua estão alinhados ou quase alinhados, nessa ordem.
Mas para compreendermos como ocorre o eclipse penumbral é preciso entender, antes, que existem dois tipos de sombra: a penumbra e a umbra.
A primeira é uma sombra clara que ainda recebe luminosidade do sol. Quando a Lua está completamente mergulhada nessa sombra ocorre o eclipse penumbral e não se percebe diferença no brilho da Lua. Já a umbra é a sombra escura que não tem mais nenhuma luminosidade do Sol.
“Durante um eclipse penumbral, a Lua penetra somente na penumbra da Terra e não se percebe a olho nu a diferença em sua luminosidade. Quando está totalmente mergulhada na umbra ocorre o eclipse total da Lua. E quando está parcialmente na umbra, temos o eclipse parcial da Lua. Um eclipse total passa obrigatoriamente pelas fases penumbral e parcial tanto no início quanto no fim”, esclarece Josina.
No eclipse penumbral, a Lua pode parecer menos iluminada do que o normal, com uma tonalidade acinzentada ou avermelhada, mas a mudança não é significativa quanto em um eclipse total ou parcial. É praticamente imperceptível a olho nu, ou seja sem instrumentos.
Eclipses penumbrais geralmente são mais difíceis de observar porque a mudança na aparência da Lua não é tão marcante.
“Uma diferença bem interessante entre o eclipse da lua e do eclipse do sol é a seguinte: eclipse da Lua é visível para quem está vendo a Lua e o eclipse do Sol é visível somente em uma região da Terra”, diz Josina.
Eclipse Solar Total
Um eclipse do Sol ocorre quando a Lua fica entre o Sol e a Terra projetando uma sombra sobre a Terra. Assim como no caso do eclipse da Lua, temos dois tipos de sombra: a umbra e a penumbra.
Se o observador está na estreita faixa da Terra atingida pela umbra, ele vai ver o eclipse como total. Se está na área atingida pela penumbra, verá como parcial. No Brasil, infelizmente, este eclipse de 8 de abril não será visível.
Neste caso, o caminho estreito da totalidade – onde a Lua cobre completamente o Sol, causando um eclipse total – atravessará o México, os Estados Unidos e o Canadá. Um eclipse parcial será visível em quase toda a América do Norte e em uma faixa da Europa Ocidental.
Em média, um eclipse total do Sol acontece a cada 18 meses, mas por serem visíveis somente em uma estreita faixa sobre a Terra, parecem muito raros.
“E aqui mais uma coisa interessante: se o plano de órbita da Lua estivesse no mesmo plano de órbita da Terra, em toda Lua Nova teríamos eclipse do sol e em toda Lua Cheia teríamos eclipse da Lua. Mas, como o plano de órbita da Lua é inclinado por cerca de 5 graus em relação ao plano de órbita da Terra, a ocorrência dos eclipses é mais espaçada. O que vamos observar é que os eclipses da Lua e do Sol andam juntos, ou seja, se temos um eclipse da Lua (em uma Lua Cheia) então houve um eclipse do Sol na Lua Nova anterior ou haverá na Lua Nova seguinte. Em algumas ocasiões ocorreram 3 seguidos”, pontua Josina.
Mesmo não sendo possível ver o eclipse do Brasil, é sempre bom lembrar que a observação desse fenômeno somente pode ser feita com instrumentos especiais usados por astrônomos ou com técnica de projeção.
Nunca se deve olhar diretamente para o sol, seja em eclipse ou não, sob pena de queima irreversível da retina. Também não se deve usar filtros que não são apropriados como filme de raio-x, óculos escuros ou outro material caseiro.
O Observatório Nacional fará a retransmissão do Eclipse Total do Sol de 8 de abril através de seu canal do YouTube. Acesse: youtube.com/observatorionacional