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Cometa ativo C/2017 K2 (PanSTARRS) faz máxima aproximação com a Terra em 14 de julho
Na próxima quinta-feira, dia 14 de julho, um dos cometas ativos mais distantes já vistos fará sua máxima aproximação com a Terra. Nesta data, o cometa C/2017 K2 (PANSTARRS), ou apenas K2, localizado na constelação de Ophiuchus, estará a aproximadamente 270 milhões de quilômetros da Terra. Já o periélio, que é a máxima aproximação do cometa com o sol, ocorrerá em dezembro de 2022.
Registro do C/2017 K2 (PanSTARRS) em 04/07/2022 – Wandeclayt M./@Ceuprofundo
Com uma magnitude estimada em 8 (quanto menor é este valor, mais brilhante é o objeto) no dia da máxima aproximação com a Terra, o cometa não será visível a olho nu, mas ainda assim será possível observá-lo:
“O cometa poderá ser observado com o uso de pequenos telescópios ou até mesmo com lunetas, desde que o observador esteja em locais com pouca poluição luminosa, ou seja, locais mais escuros. Os observadores que estiverem no hemisfério sul serão privilegiados para observar o cometa em quase toda a noite do dia 14”, explicou o MSc. Marçal Evangelista Santana, doutorando em Astronomia do Observatório Nacional – unidade de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (ON/MCTI).
Guia de localização do K2 – Stellarium/@Ceuprofundo
Os cometas são objetos feitos principalmente de gases congelados, rocha e poeira. Eles se tornam ativos à medida que se aproximam do sol. Isso porque o calor do astro aquece o cometa de forma rápida, fazendo com que seu gelo se transforme em gás. Neste processo de sublimação, forma-se uma nuvem ao redor do cometa conhecida como “coma”.
O K2 foi registrado pela primeira vez pelo Telescópio Espacial Hubble em maio de 2017, entre as órbitas de Saturno e Urano e a 2,4 bilhões de quilômetros do Sol, ou seja, 16 vezes mais longe do que a Terra está do Sol.
O cometa já estava ativo quando foi descoberto e, desde então, vem se movendo em direção ao Sol. Segundo alguns trabalhos recentes, o cometa C/2017 K2 pode ter iniciado sua atividade quando estava além da órbita do planeta Urano.
Concepção artística da órbita do C/2017 K2 (PanSTARRS). Imagem: NASA / ESA/ A. Feild/ STScI.
Inicialmente, as observações mostraram que o cometa tinha um núcleo grande e uma coma densa. Além disso, os dados do Hubble indicaram que ele poderia ter 18 quilômetros de extensão e o tamanho de sua cauda é estimado em cerca de 800.000 quilômetros de comprimento, de acordo com observações iniciais.
“O estudo de cometas como o C/2017 K2, permite que os astrônomos monitorem a atividade desde grandes distâncias heliocêntricas até distâncias menores. No caso do cometa C/2017 K2, desde sua descoberta em 2017, diversos estudos têm sido realizados para entender quais gelos e a que distâncias as atividades começaram e como essa atividade evolui à medida que o cometa se aproxima de seu periélio”, comentou Marçal.
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A passagem do cometa C/2017 K2 será o assunto da próxima edição do programa Ciência no Rádio - uma parceria do Observatório Nacional (ON) com a Rádio MEC. Na próxima quarta-feira, dia 13 de julho, às 7h10min da manhã, a doutora em Astronomia pelo ON, Plícida Arcoverde, vai falar sobre o cometa e essa passagem. Saiba mais aqui .