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Chuva de Meteoros Lyrids tem pico na noite de 21 para 22 de abril, mas Lua dificulta observação
Anualmente, no fim do mês de abril, a Terra cruza a trilha de poeira e detritos do Cometa Tatcher (C/1861 G1), originando a chuva de meteoros denominada Lyrids ou Líridas, por se alinhar com a constelação de Lyra.
Entre os dias 14 e 30 deste mês, a Terra estará na região onde os fragmentos do cometa se encontram. Contudo, a noite de 21 para 22 de abril será o ápice da atividade meteorítica, o “pico”, com potencial para avistar até 18 meteoros por hora, em condições ideais, a uma velocidade de 49 quilômetros por segundo (km/s).
Conforme explicou o astrônomo Dr. Marcelo Antônio, coordenador do grupo Exoss, ligado ao Observatório Nacional, esses meteoros serão melhor vistos no hemisfério norte, onde o radiante (ponto de onde parecem vir os meteoros) está alto no céu ao amanhecer.
A atividade desta chuva até pode ser vista no hemisfério sul, onde está o Brasil, mas em uma taxa mais baixa. Além disso, a lua interferirá muito na observação desta chuva este ano. Isso porque a lua estará 96% cheia na noite do pico da chuva.
O melhor horário para se tentar observar a chuva do Brasil é a partir de 1 da manhã (Horário de Brasília). As regiões mais ao Norte do País terão uma vista mais clara.
Para assistir às Líridas, é recomendável escolher um local com pouca poluição luminosa e olhar na direção Norte, onde estará se alçando a estrela Vega.
O que são meteoros e chuvas de meteoros?
Meteoros são corpos celestes pequenos que cruzam o espaço e penetram na atmosfera terrestre, incendiando-se parcial ou completamente devido à interação com a atmosfera e oxigênio. Esse fenômeno cria uma luminosidade no céu, comumente conhecida como "estrela cadente".
Uma chuva de meteoros ocorre quando diversos meteoros cruzam o céu noturno originando-se de um ponto em comum, chamado radiante. No caso das Líridas, o radiante está na constelação de Lyra.
A relevância das chuvas de meteoros
Estudar chuvas de meteoros ajuda a estimar a quantidade e período de maior incidência de detritos provenientes de correntes de meteoroides que a Terra atravessa periodicamente.
Assim, missões espaciais e centros de controle de satélites podem aprimorar estratégias de proteção para suas naves e equipamentos em órbita próxima à Terra e Lua.
As chuvas de meteoros também ajudam a compreender a formação do nosso Sistema Solar, pois ao investigar as propriedades dos detritos, é possível entender mais sobre os cometas e até mesmo fragmentos lunares e marcianos, resultantes de impactos antigos, assim como NEOS (Near Earth Objects), objetos próximos à órbita terrestre com atividade.