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Astrônoma do ON fala sobre a importância do Dia Nacional da Astronomia
No dia 02 de dezembro, foi celebrado o Dia Nacional da Astronomia, data oficializada em 2017 por meio da Lei Federal nº 13.556, em homenagem a Dom Pedro II, considerado o patrono da Astronomia no Brasil.
Para falar sobre a importância do Dia Nacional da Astronomia, conversamos hoje com a astrônoma do Observatório Nacional, Dra. Simone Daflon. A coordenadora de Astronomia e Astrofísica do ON possui graduação em Astronomia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e mestrado e doutorado em Astronomia pelo Observatório Nacional. É pesquisadora e docente no Programa de Pós-graduação em Astronomia do ON e atualmente é gestora da Coordenação de Astronomia e Astrofísica do Observatório Nacional.
Conforme destaca Simone, diferentemente da engenharia ou da medicina, que têm impacto direto na nossa vida diária, a ciência básica é o pilar da construção do conhecimento e se entrelaça com outras áreas de pesquisa. A astronomia é uma ciência básica e gera uma mobilização interessante do público através das novas imagens obtidas por telescópios, de eventos como eclipses, ocultações, ou através da divulgação de resultados de pesquisas científicas.
“Essa mobilização é maravilhosa e nós precisamos aproveitar a oportunidade de ter um dia dedicado à astronomia para reforçar a importância de se desenvolver pesquisa básica”, destaca a astrônoma.
O Observatório Nacional participa de grandes projetos observacionais que necessitam do desenvolvimento tecnológico para atingir seus objetivos. Por exemplo, o projeto J-PAS, um levantamento fotométrico que está sendo realizado na Espanha, fruto de uma parceria entre o ON e outras instituições do Brasil, Espanha e outros países.
O ON participou do desenvolvimento da câmera para este projeto. Como outro exemplo, podemos citar o projeto IMPACTON, que tem um telescópio robótico no Sertão de Itaparica, no estado de Pernambuco. Além disso, para o desenvolvimento de diferentes projetos científicos baseados em grandes volumes de dados, podemos aplicar técnicas de inteligência artificial ou redes neurais, que também podem ser aplicadas a outras áreas do conhecimento.
Além disso, o ON desempenha um papel na formação de novos talentos na área da astronomia. O ON tem um programa de pós-graduação em astronomia que é muito bem avaliado pela CAPES, como nota 6. O programa tem atualmente cerca de 40 jovens pesquisadores bolsistas desenvolvendo dissertações de mestrado e teses de doutorado em diferentes áreas de pesquisa em Astronomia. Além disso, conta com um programa de iniciação científica, em que estudantes de graduação em astronomia ou física ou áreas afins têm a oportunidade de ter o primeiro contato com a pesquisa científica.
O ON também organiza a cada ano escolas voltadas para estudantes de graduação e pós-graduação, oferecendo cursos nas diferentes áreas de atuação. Por fim, a Divisão de Comunicação e Popularização da Ciência do ON desenvolve diversas atividades que apresentam a astronomia para todos, basta ter curiosidade e interesse.
“Acho excelente ter a oportunidade de falar da astronomia como uma carreira científica possível, falar que os astrônomos e astrônomas são pessoas normais, que se interessam e se dedicam a estudar astronomia, e que não precisa ser gênio ou excêntrico ou abrir mão da sua vida pessoal para seguir carreira em Astronomia ou outra ciência”, finaliza Simone.
Não perca! Na 4ª feira, dia 06 de dezembro, às 7h10min!
Programa Rádio Sociedade, quadro Ciência no Rádio, Rádio MEC AM.