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Astrofísico do ON fala sobre energia escura e projetos astronômicos em entrevista à importante revista científica
O astrônomo Dr. Ricardo Ogando, tecnologista sênior do Observatório Nacional (ON), concedeu uma entrevista exclusiva à renomada revista científica FCW Cultura Científica, onde discutiu os avanços e os desafios dos grandes projetos de mapeamento do céu.
Ogando destacou a importância de iniciativas como o Dark Energy Survey (DES) e o Sloan Digital Sky Survey (SDSS), que têm permitido aos cientistas estudar mistérios cósmicos como a energia escura e a matéria escura, além de abrir novos caminhos para a compreensão de aglomerados e a evolução de galáxias.
Durante a entrevista, Ogando enfatizou a relevância da análise de dados nas pesquisas em astronomia e falou sobre o momento atual da área de astronomia no Brasil:
“Temos um trabalho infinito, como costuma ser dito. Há muito o que analisar, muito a descobrir, mas, ao mesmo tempo, é uma área pequena. A astronomia é uma área belíssima que atrai muita gente, mas é um caminho e não necessariamente um fim. Nem todos que entram vão se tornar astrônomos profissionais, pesquisador ou professor. Principalmente dada a situação no Brasil com relação a contratações. Acho que nos próximos anos vai melhorar, estamos tentando recuperar o estrago dos últimos anos, quando tivemos um momento muito ruim e movimentos anticiência, muita gente saiu da área, mas isso foi em toda a ciência.”
Iniciativas de Divulgação Científica do ON
Outro destaque da entrevista foram as iniciativas de divulgação científica do ON. Conforme destacou Ogando, o Observatório Nacional tem mais de 190 anos de história e tem sido um pilar na educação científica.
“Mais recentemente, temos realizado trabalhos de formação de professores, que se tornam o que chamamos de ‘Astroeducadores’, e temos outro programa importante que é o Olhai pro Céu, que empresta telescópios para professores levarem para escola e espalharem o aprendizado da astronomia”, destacou.
Ogando também enfatizou as atividades de divulgação realizadas durante a pandemia de COVID-19, quando o ON passou a realizar lives de grandes eventos astronômicos.
“Realizamos transmissões ao vivo de eventos como a ocultação de Marte pela Lua e a conjunção de Júpiter e Saturno, que atraíram centenas de milhares de espectadores. O ápice foi a transmissão do eclipse solar anular em outubro de 2023, que alcançou mais de 2 milhões de pessoas no canal do ON no YouTube”, relatou.
Outro destaque foi a transformação de artigos científicos em notícias acessíveis ao público, além do programa “Ciência no Rádio”, transmitido pela rádio MEC e disponível online.
O astrofísico do ON também observou que, este ano, o ON está organizando a Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica (IOAA) em Vassouras, de 17 a 27 de agosto.
“A Josina Nascimento, pesquisadora do ON, liderou o esforço para trazer a olimpíada ao Brasil novamente. Esperamos a participação de cerca de 250 estudantes de mais de 50 países”, disse Ogando, ressaltando a importância da Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA) na preparação dos jovens brasileiros para o evento.
Ricardo Ogando é doutor em Ciências pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e especializado na formação e evolução de galáxias e suas aglomerações. Como membro de projetos como o SDSS e o DES, ele continua a contribuir significativamente para a compreensão do universo. Além de seu trabalho científico, Ogando produz conteúdos educativos para as redes sociais do ON e participa ativamente de programas de divulgação científica.
Na mesma edição especial sobre astronomia também foram entrevistados cientistas como Beatriz Barbuy, Elisabete de Gouveia Dal Pino, Laerte Sodré Jr. e Danilo Albergaria.
Leia a entrevista completa em: https://www.fcw.org.br/culturacientifica6/ricardo-ogando