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Artigo sobre geomagnetismo de doutorando do ON/MCTI é publicado no Journal of Geophysical Research
Um artigo do doutorando do Observatório Nacional (ON/MCTI), MSc. Gabriel Brando Soares, orientado pela pesquisadora Dra. Katia Pinheiro, foi publicado na revista Journal of Geophysical Research (JGR) – Space Physics . O artigo pode ser acessado em neste link :
Intitulado " Using principal component analysis of satellite and ground magnetic data to model the equatorial electrojet and derive its tidal composition " (ou “ Usando a análise de componentes principais de dados magnéticos e de satélite para modelar o eletrojato equatorial e derivar sua composição de marés ”, em português), o trabalho propõe um novo método para modelar o eletrojato equatorial incluindo dados de satélites e de observatórios magnéticos, como os dados do Observatório Magnético de Tatuoca, no Pará, operado pelo Observatório Nacional desde 1957.
O trabalho de Gabriel visa beneficiar tanto investigações científicas de qualquer área relacionada ao campo magnético da Terra quanto aplicações na indústria.
O artigo resulta da pesquisa de doutorado de Gabriel desenvolvida no Observatório Nacional e no Centro Alemão de Pesquisas em Geociências GFZ–Potsdam (Alemanha), por meio da cooperação científica entre as duas instituições.
Conforme explica Gabriel, o eletrojato equatorial é uma corrente elétrica que flui na atmosfera terrestre e afeta significativamente as medições do campo magnético na região conhecida como equador magnético terrestre.
O campo magnético terrestre
A maior parcela do campo magnético terrestre é gerado no núcleo externo do nosso planeta, o qual consiste em uma camada situada entre o núcleo interno (sólido) e o manto terrestre.
Fonte: Serviço Geológico do Brasil
No núcleo externo, existe um líquido rico em ferro e níquel, que está em constante movimento e em altas temperaturas. É este movimento que gera o campo magnético principal da Terra. Tal campo tem efeito parecido com o de um ímã, com dois pólos diferentes: norte e sul, onde o campo é totalmente vertical. Mas há uma região na superfície terrestre conhecida como equador magnético terrestre, onde o campo magnético é completamente horizontal. Como consequência dessa geometria, é formada uma intensa corrente elétrica na ionosfera equatorial – fenômeno que recebe o nome de eletrojato equatorial.
Representação dos polos magnéticos da Terra e suas linhas de indução. Ilustração: Siberian Art / Shutterstock.com
“Os dados magnéticos associados ao eletrojato equatorial são importantes tanto para estudos da dinâmica da ionosfera, quanto para uma melhor compreensão dos mecanismos causadores da chamada variação diurna geomagnética, a qual é uma importante feição do campo magnético terrestre”, observou Gabriel.
É essencial compreender os fenômenos ionosféricos, uma vez que a ionosfera é o meio de funcionamento de sistemas baseados em GPS e ondas de rádio.
“A ionosfera, como o nome sugere, é uma parte da atmosfera, entre 60 e 1000 km de altitude, que foi ionizada (transformada em plasma) por meio da incidência da luz solar. O fluxo desse plasma gera intensas correntes elétricas que, por sua vez, induzem campos magnéticos associados. Este é o caso do eletrojato equatorial, o qual pode ser medido tanto na superfície terrestre quanto por missões de satélite”, destacou Gabriel.
Fonte: Astro 3D