Geomagnetismo/ Estações Magnéticas
O monitoramento do campo geomagnético através da medição contínua ou periódica faz parte da história do Observatório Nacional.
Os observatórios magnéticos começaram a funcionar em 1832, quando o astrônomo alemão Carl Friedrich Gauss criou um procedimento para determinar a intensidade do campo geomagnético. Nestes quase 200 anos, os observatórios evoluíram muito: atualmente, contamos com uma rede internacional de instituições em diversos países, todas seguindo altos padrões de qualidade de medição e transmissão de dados em tempo real. A distribuição destes observatórios, no entanto, ainda é desigual. Poucos são aqueles instalados nos oceanos e na América do Sul.
Atualmente, o Brasil possui dois observatórios magnéticos: Vassouras (VSS), a 120 km da cidade do Rio de Janeiro, e Tatuoca (TTB), que fica em uma ilha em Belém, no Pará. VSS funciona continuamente desde 1915, o que faz dele um dos observatórios mais antigos do mundo. TTB opera desde 1957. Ambos fazem parte da INTERMAGNET, uma rede internacional de observatórios de alto padrão. Outros dois observatórios estão em construção no Brasil. Um deles ficará no estado do Mato Grosso, em convênio com o SESC-Pantanal. O outro será instalado em Tefé, no Amazonas, e é desenvolvido em colaboração com o Instituto Mamirauá.
O monitoramento dos campos magnéticos conta com o apoio das chamadas estações de repetição. Elas estão em locais fixos por todo o Brasil, onde idealmente são realizadas observações a cada cinco anos. É uma forma de complementar os dados obtidos pelos observatórios. Hoje, o Brasil conta com mais de mil observações obtidas por 175 estações de repetição. São mais de cem anos de história: a primeira observação foi realizada em 1903, e a última, em outubro de 2019.
Observatórios magnéticos existentes (estrelas vermelhas) e em construção (estrelas verdes), assim como as estações de repetição (círculos pretos). O modelo utilizado para fazer o mapa foi o IGRF (“International Geomagnetic Reference Field”)
Além das estações de repetição, existe uma outra forma de analisar campos magnéticos. São as chamadas estações magnéticas. A diferença é que elas medem variações do campo, mas não necessariamente registram seus valores absolutos. A ideia é monitorar o campo geomagnético externo e induzido. Em 2019, o Observatório Nacional instalou uma estação magnética em Macapá, no Amapá, em cooperação com o GFZ-Potsdam (Centro Alemão de Pesquisas em Geociências) e com o grupo da geofísica da Universidade Federal do Pará. Neste projeto, acompanhamos o movimento do equador magnético no território brasileiro.
Cooperações Nacionais
- Universidade Federal do Pará- UFPA (Geociências)
O ON possui forte cooperação com a Universidade Federal do Pará (UFPA), principalmente com o Prof. Cristiano Mendel, que é atualmente vice-diretor do Instituto de Geociências da UFPA. A UFPA colabora constantemente com nossas atividades no observatório de Tatuoca, incluindo auxilio para realização das medições, recuperação do acervo dos dados antigos de TTB e processamento de dados. Além disso desenvolvemos pesquisa em geomagnetismo, com orientação conjunta de alunos.
- SESC-Pantanal
O ON coopera com o SESC-Pantanal diretamente com a responsável Cristina Cuiabália. A cooperação iniciou em 2012 quando instalamos o novo Observatório Magnético no Pantanal, na região do posto São Luiz do SESC. Atualmente este observatório está em processo de reinstalação devido à problemas de umidade. Instituto Mamirauá
Atualmente há um novo observatório magnético, ainda em estágios preliminares, no campus do Instituto Mamirauá, na cidade de Tefé. Nossos colaboradores auxiliam no planejamento e atividades iniciais realizadas no futuro Observatório de Tefé.
Cooperações Internacionais:
- GFZ-Potsdam
O GFZ em Potsdam é um Instituto de Pesquisa da Alemanha onde há pesquisadores com uma grande experiência na construção, modernização e manutenção de observatórios magnéticos. O aluno de doutorado Gabriel Soares do ON é orientado conjuntamente pela pesquisadora Katia Pinheiro e colaboradores Juergen Matzka e Yosuke Yamazaki. Gabriel desenvolve estudos sobre o eletrojato equatorial, usando dados de TTB e outros observatórios próximos ao equador magnético.
Pesquisadores da Área:
Dra. Katia Pinheiro (Pesquisadora Titular, kpinheirogeomag@gmail.com)
Dr.Marcel Nogueria de Oliveira (Pesquisador Pós Doc, marcel@on.br)
Equipe técnica e apoio:
Carlos Roberto Germano (Técnico em C&T, germano@on.br)
Alberto Geraldo Faria Dos Santos (Técnico em C&T, alberto@on.br)
Alex Geovany da Silva Miranda (Técnico em C&T, galexgeovany@on.br)
Vitor Silvério Bernardes (Técnico em C&T, vitorbernades@on.br)
Lauro Amaral Zeferino (Técnico em C&T, lauro@on.br)
Kennedy Nascimento de Ávila (Técnico em C&T, kennedy@on.br)
João Moraes da Silva (Assistente em C&T)
Fulvio Adriano Portal da Silva (Técnico Operacional)
Ronan do Socorro Miranda Miranda (Técnico Operacional)