Projeto de monitoramento sismo-oceanográfico e RSBR
Os oceanos, rios, lagos e outros corpos d'água cobrem mais de 70% da superfície da Terra, estes encarecem e dificultam o estudo de uma grande parte de nosso planeta, pois os custos e a dificuldade aumentam em função da profundidade da lâmina d’água.
Estratégias únicas e inovadoras são a chave para vencer esses obstáculos e compreender os processos que ocorrem em uma parte não exposta do planeta, assim como as parcerias em Ciência e Tecnologia, que são fundamentais para expandir os limites da eficácia das soluções tecnológicas atuais. A sismologia marinha é uma nova fronteira científica no Brasil, pois ainda não temos o monitoramento sísmico de longa duração envolvendo eventos sísmicos nas regiões oceânicas do país.
A Rede Sismográfica Brasileira (RSBR) iniciou sua operação em meados de 2011 numa cooperação entre quatro instituições: Observatório Nacional (ON), Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e Universidade de São Paulo (USP) com o apoio financeiro da Petrobras e do Serviço Geológico do Brasil (CPRM).
A RSBR já conta com mais de 90 estações sismográficas espalhadas pelo território brasileiro, monitorando quaisquer eventos sísmicos em tempo real. Já na parte oceânica do país, a RSBR só conta com estações sismográficas em algumas ilhas, como Abrolhos, Trindade e São Pedro e São Paulo.
Visando melhorar a detectabilidade de terremotos na costa brasileira, a RSBR iniciou a expansão do monitoramento sísmico para o oceano em 2019. Na primeira fase dessa expansão, o ON, em conjunto com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e a Petrobras, instalou 6 sismômetros de fundo oceânico na costa sudeste do Brasil.
Essa região foi escolhida porque concentra as principais bacias produtoras de petróleo, além das usinas nucleares e das maiores cidades do país. Com esses novos dados coletados, a RSBR poderá entender melhor a sismicidade marinha (frequência, intensidade e distribuição dos terremotos) para fornecer estimativas de risco sísmico para avaliação do risco de obras submarinas e outras aplicações, e até mesmo para observar a migração de animais marinhos, já que sismômetros de fundo oceânico funcionam como gravadores de som subaquáticos.
Abstract:
Oceans, rivers, lakes and other water bodies cover over 70% of the surface of the Earth, the water depth makes the study of a large part of our planet more expensive and harder, because the costs increase according to the depth.
Unique and innovative strategies are the key to overcoming these barriers and understanding the processes occurring on an unexposed part of the Earth, as well as the partnerships and networking in Science and Technology, which are fundamental for pushing the limits of the effectiveness of current technological solutions.
Marine seismology is a new scientific frontier in Brazil, because long term seismic monitoring involving marine seismic events is not yet permanent. The Brazilian Seismographic Network (www.rsbr.gov.br) starts operating in 2011 with the joint effort of four institutions: National Observatory (ON), Universities of São Paulo (USP), Brasília (UnB) and Rio Grande do Norte (UFRN) sponsored by Petrobras (Brazilian State Oil Company) and Brazilian Geological Survey (CPRM).
The network is composed of 90 stations operated by those four institutions over the Brazilian territory monitoring seismic events in real-time, and at the ocean, just a few stations are installed in the island of Abrolhos, Trindade e São Pedro e São Paulo. As part of the project to improve the detectability of coastal earthquakes, the RSBR started expansion of the seismic monitoring towards the ocean in 2019. The first step covered in principle the installation of six ocean bottom seismometers in the southeast coast by the collaboration among Observatório Nacional (ON), University of Santa Catarina (UFSC) and Petrobras.
The southeast region was chosen because it concentrates large oil fields, nuclear power plants and large Brazilian cities. Once in possession of the new dataset, the RSBR will measure the marine seismicity (frequency, intensity and distribution of the earthquakes) to provide seismic hazard estimates for seismic risk assessment and other applications, and even to observe the migration of marine animals, because ocean bottom seismometers works like underwater sound recorders.
Instalação do sismômetro de fundo oceânico
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Responsável pelo estudo:
Diogo Luiz de Oliveira Coelho (lattes)
Pós-doc na colaboração entre o Observatório Nacional e a Universidade Federal de Santa Catarina
Contato: diogoloc@on.br