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MLS sedia lançamento de livro sobre "botânica modernista"
Já há muito tempo, a botânica é um assunto popular e objeto de muitas publicações, como dicionários, enciclopédias, guias de campo e manuais sobre plantas e seu cultivo. Escrito pela arquiteta e urbanista Ana Carolina Carmona Ribeiro, o "Pequeno guia da botânica modernista", ao mesmo tempo em que se insere nessa tradição, propõe uma abordagem diversa, em que a escolha das espécies apresentadas é conduzida não pelo olhar de cientistas, naturalistas ou horticultores, mas pelas obras dos artistas que há 100 anos (na Semana de Arte Moderna de 1922) inauguraram o chamado “modernismo paulista”.
Editado em 2021, o livro será lançado no Museu Lasar Segall no dia 22/10 e apresenta a visão dos modernistas de 22 sobre as plantas. Como explica a autora, a ideia surgiu a partir de seu trabalho de doutorado: ao pesquisar as representações da vegetação (e de categorias a ela relacionadas, como paisagem e natureza) no modernismo paulista dos anos 1920 e 30, ela percebeu que os primeiros modernistas se valeram enormemente das plantas em sua busca de uma identidade nacional e moderna para o Brasil – e que a flora foi para eles tão importante quanto outros signos mais reconhecidos de brasilidade.
Muito além de cactos, palmeiras e bananeiras (plantas comumente associadas ao modernismo, em grande medida devido à notoriedade das pinturas de Tarsila do Amaral), os artistas e escritores modernistas articularam um conjunto muito maior de plantas – a pesquisadora chegou a contabilizar mais de 200 espécies mencionadas ou representadas em suas obras –, transformando-as em verdadeiros “símbolos vegetais”. O livro apresenta 19 delas, entre plantas nativas e plantas exóticas "naturalizadas brasileiras", que – tal como ferrovias, automóveis e arranha-céus – passaram a delinear nossa modernidade.
A pesquisa documental realizada pela autora revela a riqueza, a multiplicidade e mesmo as contradições das visões dos artistas e escritores, enquanto os pequenos textos que acompanham cada espécie oferecem possibilidades de interpretação do extenso material. O projeto gráfico inusitado, concebido pelo arquiteto Gabriel Pedrosa, configura o "Pequeno guia da botânica modernista" como um livro-objeto, que pode ser lido, mas também visto e manuseado.
O lançamento do livro, que acontece no dia 22/10 (sábado) a partir das 15h no auditório do Museu Lasar Segall, contará com a presença da autora, que apresentará o trabalho ao público. A participação é aberta a todos os públicos, com entrada gratuita.
Sobre a autora
Ana Carolina Carmona Ribeiro é arquiteta formada pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo e mestre em artes visuais pela Escola de Comunicações e Artes na mesma universidade. Atualmente, está finalizando sua pesquisa de doutorado, “Botânica modernista e a natureza do Brasil redescoberto”, sob a orientação do paisagista Vladimir Bartalini. É também professora no curso de Arquitetura e Urbanismo do Instituto Federal de São Paulo, ministrando disciplinas das áreas de paisagismo, desenho e comunicação visual.
Ficha técnica do livro
Obra realizada com apoio do Programa de Ação Cultural (ProAC) - Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo
Design gráfico e diagramação: Gabriel Pedrosa
Pesquisa botânica: Bianca Brasil
Produção editorial: Camilla Freitas
Revisão e tradução: Pedro Carmona Ribeiro
Lançamento no Museu Lasar Segall
Dia 22 de outubro as 15h com apresentação da autora. Entrada gratuita.