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'Eternos caminhantes' é atração de exposição na Suíça
O óleo sobre tela Eternos caminhantes (1919), que integra o acervo do Museu Lasar Segall, desembarcou na última sexta-feira (14) na cidade de Basileia (Suíça). O quadro será uma das atrações de exposição organizada pelo Kunstmuseum Basel, o museu de arte mais importante daquele país, a ser aberta ao público no dia 22/10.
A exposição Castaway Modernism terá como foco obras que nos anos 1930 foram classificadas pelo regime nazista como "Arte Degenerada", numa campanha de perseguição à arte moderna que a removeu dos museus alemães. Milhares de obras de arte moderna foram à época confiscadas e até destruídas.
A tela, que pertence à fase expressionista de Segall, foi uma das cerca de 50 obras do artista confiscadas pelo nazismo e uma das 11 exibidas na famosa exposição “Arte Degenerada”, organizada em 1937, que tinha como objetivo apresentar exemplos de manifestações artísticas condenadas pelo regime nazista. Entre os 112 artistas que tiveram obras exibidas naquela ocasião também estavam Marc Chagall, Wassily Kandinsky, Paul Klee e Piet Mondrian.
O quadro tem, como os emigrantes que homenageia, uma vida repleta de aventuras dramáticas. Confiscado do Museu da Cidade de Dresden em 1933, ficou desaparecido durante anos, até ser reencontrado em 1954 no sótão de um ex-oficial nazista e em 1958 adquirido pela família Segall, quando veio para o Brasil. Falecido um ano antes, em 1957, Lasar Segall nunca chegou a revê-lo.
De acordo com a equipe do Kunstmuseum Basel, a ideia da exposição Castaway Modernism é apresentar obras de artistas que foram rotulados pelos nazistas como "Arte Degenerada" e acabaram consagrados, mas também trazer à tona o trabalho de artistas banidos pelo nazismo cujo trabalho não é hoje tão lembrado na Europa.
Eternos caminhantes será um dos destaques da exposição: a tela será exibida na última sala da mostra, dedicada a artistas modernos consagrados internacionalmente, como Henri Matisse e Franz Marc, além de artistas modernos em processo de redescoberta internacional, como Hans Feibusch e Anita Rée.
Uma das obras que integram o Acervo Museu Lasar Segall mais solicitadas para exposições internacionais, Eternos caminhantes viajou à Suíça acompanhado de perto pela equipe de Museologia da instituição e ficará em exposição no Kunstmuseum Basel até fevereiro de 2023, quando retornará ao Brasil.