Segall pinturas
Cumprindo nosso objetivo de divulgar a obra de Lasar Segall (1889 – 1957), um dos mais importantes nomes da arte moderna brasileira, o Museu Lasar Segall apresenta pinturas do acervo. A organização da exposição não é somente cronológica, mas também crítica, pois assinala as grandes transformações ocorridas na obra artística de Lasar Segall, desde seus primeiros trabalhos até a última produção da década de 1950.
Segall nasce na cidade de Vilna, Lituânia, na época dominada pela Rússia do czar Nicolau II. Filho de um escriba da Torá, o texto sagrado do judaísmo, em 1906 o jovem judeu russo deixa a comunidade ortodoxa de origem para fazer sua formação artística na Alemanha. Frequenta, por pouco tempo, as Academias de Berlim e Dresden, cidade para onde se transfere em 1910 e onde surgira, cinco anos antes, o grupo A Ponte, precursor do Expressionismo alemão. Em pouco tempo é reconhecido como representante da segunda geração dos expressionistas, jovens que revolucionaram toda a produção artística europeia, com sua proposta de uma arte “interiormente verdadeira”. Esse período de sua vida, que inclui a Primeira Guerra Mundial, é de intensa militância artística na Alemanha, com repercussão direta na obra de todos os artistas. Segall reside em Dresden até 1921, quando volta a Berlim para, em fins de 1923, emigrar para o Brasil.
Em São Paulo, ele se aproxima do grupo dos modernistas. O desejo de integração no novo mundo se reflete na mudança do colorido de suas telas. No primeiro autorretrato feito no Brasil, ele pinta a face de marrom, irmanado aos tipos de negros e mulatos. Nas décadas seguintes, a pintura de Segall, de larga e profunda influência no meio artístico brasileiro, promove uma síntese emocionante entre sua herança europeia e a capacidade de olhar e viver o novo. Sua pintura elaborada e reflexiva culmina nos retratos e nas paisagens de Campos do Jordão, na intimidade de suas montanhas e florestas de sombras e silêncios.