O Mandarim Maravilhoso
21/05 a 05/09/2004
A exposição O Mandarim Maravilhoso é uma homenagem do Museu Lasar Segall aos 450 anos da cidade de São Paulo. Há 50 anos o aniversário da cidade foi celebrado por Lasar Segall com a execução dos projetos de cenografia e figurino para O Mandarim Maravilhoso, encomendados pelo coreógrafo húngaro Aurélio Milloss, diretor artístico do Balé do IV Centenário de São Paulo.
Em 1953, Francisco Matarazzo Sobrinho convidou Aurélio Milloss, cuja carreira já havia despontado na Itália, para ser o diretor artístico da companhia. Constituiu-se então um corpo de baile com mais de 50 dançarinos. Foram convidados, para os projetos cenográficos e figurinos, os artistas plásticos Lasar Segall, Candido Portinari, Di Cavalcanti, entre outros; para as peças musicais, alguns dos mais importantes compositores brasileiros, como Camargo Guarnieri e Villa-Lobos.
Dos balés apresentados, cinco foram concebidos a partir de músicas e temas brasileiros. Os demais eram remontagens de peças criadas por Milloss na Europa, como O Mandarim Maravilhoso, que já havia sido encenada no Teatro Scala de Milão em 1942, com argumento de M. Langyel e música de Bela Bartók. A versão criada no Brasil por Segall foi vista primeiramente pela platéia carioca, uma vez que o Teatro Municipal de São Paulo estava em reforma, vindo a exibi-la apenas em dezembro de 1955.
Os projetos de Segall tinham o traço expressionista que Milloss buscava. A perfeita correspondência entre o desejo do coreógrafo e o estilo do artista plástico resultou em um trabalho premiado pela Academia de Belas Artes, em setembro de 1955. Após a dissolução do Balé do IV Centenário, a peça foi levada para teatros italianos, em 1957 e 1958.
A mostra apresenta um conjunto de 31 desenhos aquarelados, além de fotos das apresentações e correspondências entre Segall e Milloss. Todos os trabalhos datam de 1954 e estão agrupados em dois módulos: os projetos cenográficos e os estudos para personagens que apresentam figurinos e desenhos de cenas observadas por Segall durante a apresentação no Rio de Janeiro. Também estão expostos o vestido original usado pela personagem feminina do balé e duas maquetes dos cenários. Como música de fundo, ouve-se a trilha sonora de Bela Bartók.
Esse conjunto de obras já foi exposto na Sala Especial da XXI Bienal de São Paulo, em 1991; no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, em 1996, e na mostra Fantasia Brasileira: o Balé do IV Centenário, no SESC Belenzinho, em 1998.
O Mandarim Maravilhoso
O Mandarim Maravilhoso conta a história de uma jovem usada como isca por três malfeitores, que atrai três vítimas, dentre as quais o mandarim, um homem rico e calculista. A moça o seduz dançando de forma insinuante, mas ele se mantém insensível. Percebendo a fragilidade da jovem, o chinês toma seu corpo e logo os três ladrões o atacam, roubam seus pertences e tentam matá-lo. Mas ele revela-se imortal. Na medida em que cresce sua paixão pela moça, finda sua imortalidade e ele definha sangrento diante do olhar trágico da jovem.
A retomada de O Mandarim Maravilhoso após 50 anos celebra o aniversário da cidade de São Paulo de maneira peculiar, pois não apenas recorda o impacto cultural que o Balé do IV Centenário trouxe para a dança e as artes visuais paulistanas, mas também aborda temas do cotidiano urbano, como a violência, a prostituição e a pobreza.
Serviço
Data: de 21 de maio a 05 de setembro
Horário: de terça-feira a sábado, das 14h às 19h; domingos, das 14h às 18h, inclusive feriados.
Patrocínio
Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura do Município de São Paulo
Apoio
Associação Cultural de Amigos do Museu Lasar Segall
Folha de São Paulo
Millenium Transportes
Ogilvy
Colaboração
Teatro Municipal de São Paulo
Centro Cultural São Paulo