Aquarelas de Segall – olhar sereno, olhar aflito, múltiplos olhares
23/09/2006 a 25/03/2007
A mostra apresenta 58 pinturas sobre papel, selecionadas pelo curador Celso Lafer. Além da aquarela, Segall utilizou outras técnicas que fazem uso da cor sobre o papel: guache, pastel, tinta preta, vermelha, sépia aplicada a pincel, aguadas e técnicas mistas, em que ora o artista associa a fluidez da aquarela a desenhos a grafite ou tinta preta a pena, ora utiliza outros recursos como a colagem. O que confere unidade ao conjunto das aquarelas de Segall é a recorrência temática, tão presente nesta linguagem como nas pinturas a óleo, nos desenhos, nas gravuras e esculturas. Das técnicas utilizadas por Lasar Segall, a aquarela talvez seja a linguagem menos conhecida do público de hoje, a menos exposta, a menos divulgada. O objetivo desta mostra, que retoma a retrospectiva de aquarelas que o Museu Lasar Segall organizou em 1977, é, nas palavras do curador, “realçar como as aquarelas de Segall e a sua pintura sobre papel em geral são, com legítima autonomia, uma parte muito importante de sua contribuição às artes plásticas, que não têm sido apropriadamente destacada”.
A afirmação do poeta, ensaísta e crítico mexicano Octavio Paz de que ver é um privilégio e ver coisas nunca vistas – obras de arte – é um privilégio maior, é a idéia central que conduz o itinerário proposto por Celso Lafer nesta exposição. O curador analisa a multiplicidade de olhares nas aquarelas de Segall: o olhar solidário voltado para os temas sociais, para as erradias e emigrantes; o olhar trágico e aflito lançado sobre os perseguidos de guerra, as vítimas do pogrom, do campo de concentração; o olhar do tempo da memória, com destaque para os temas da cultura judaica; o olhar sereno e pacificado das paisagens de Campos do Jordão; o olhar arguto do ‘pintor de almas’, que se manifesta nos retratos, principalmente femininos; o olhar sobre a condição humana, das maternidades e da família.
Serviço
Celso Lafer fará, no sábado, dia 23 de setembro, data da abertura, às 17 horas, uma palestra no espaço da exposição.
A exposição fica em cartaz até 28 de janeiro de 2007, na sala de exposições temporárias do Museu.
Módulo Paralelo – Durante o período desta exposição, o acervo permanente de obras de Lasar Segall terá um módulo paralelo, cuja proposta é a de mostrar como Segall utilizou a técnica da aquarela em projetos de cenografia, figurinos e decoração de ambientes. Estarão expostos os projetos de decoração do Baile Futurista, de 1924, do Pavilhão de Arte Moderna de Olívia Guedes Penteado, de 1925, dos bailes de carnaval da SPAM (Sociedade pró Arte Moderna), de 1933 e 1934, e também os cenários para os balés Sonho de uma noite de verão, de 1938, e O Mandarim maravilhoso, de 1954. Intitulado Lasar Segall: a aquarela em projetos de cenografia e decoração, esse módulo temporário na exposição de longa duração apresentará 11 trabalhos.
Ficha Técnica
Curadoria
Celso Lafer
Assistência de curadoria e projeto expográfico
Vera d’Horta
Coordenação
Pierina Camargo
Preparação e montagem
Ademir Maschio
Luiz Destefano
Maria Gilenilda C. Nascimento
Patrícia Ferrone
Rafael Carnier (estagiário)
Rosa Esteves
Telma Rohwedder (voluntária)
Ubiratan Torres
Programação visual
NC.GF Arquitetos – Gabriel Figueiredo e Nilton Campos
Realização
Museu Lasar Segall
Departamento de Museus e Centros Culturais/IPHAN
Apoio
ACAMLS
Folha de São Paulo
Patrocinio
Klabin