Andreas Feininger – Nova York anos 40
26/03 a 26/06/2011
Andreas Feininger aparece mencionado em qualquer obra de referência de fotografia, sempre apontado como precursor, pioneiro do moderno fotojornalismo, como um fotógrafo realmente grande, como um clássico da história da fotografia, uma lenda da fotografia. Ao ser entrevistado pela BBC em 1983, Peter Adam elencou Andreas Feininger entre os seis melhores fotógrafos do mundo, ao lado de Ansel Adams, Bill Brandt, Alfred Eisenstaedt, André Kertész e Jacques-Henri Lartigue.
Com essas palavras, Thomas Buchsteiner, fundador do Arquivo Andréas Feininger na Alemanha, introduz o leitor na gigantesca imagem de Andréas Feininger que o Museu Lasar Segall tem o prazer de expor pela primeira vez na América Latina.
Coincidência ou não, nossa última exposição, Verdade — Fraternidade —Arte, incluiu duas obras de outro monstro sagrado das artes, o pintor Lyonel Feininger, seu pai, um dos fundadores da Bauhaus. Instituição em que o fotógrafo também se formou, frequentando as aulas e o laboratório de Walter Peterhans e de Moholy Nagy.
Fotógrafo consagrado da revista Life, escolhemos, de sua enorme produção, um recorte da cidade de Nova York nos anos 1940. Olhar extraordinário para a paisagem urbana, e de uma avidez visual insaciável. Os amplos planos são reveladores do registro da grandeza da modernidade de uma megalópole como Nova York, com todos os contrastes que a constituem. “Interessou-me tudo aquilo que foi criado pelo homem: desde a maquinária, até os prédios ou os aviões e, particularmente, interessa-me a cidade, embora de uma forma integral. Gosto de mostrar tudo como um conjunto: os carros, os sinais de trânsito, os edifícios e qualquer outra coisa presente”, diz Feininger em entrevista poucos anos antes de sua morte, em 1999, e aos 92 anos de idade. Da mesma geração que Berenice Abbott, trata-se de fotógrafos fundadores do olhar sobre a arquitetura de Nova York.
Feininger deixa um legado excepcional não apenas no mundo da fotografia, como nos mais de cinquenta livros publicados sobre o tema. A exposição organizada pelo Museu Lasar Segall é composta por 93 fotografias, com diversos materiais dos anos 1940: alguns exemplares da revista Life com imagens de A. Feininger, um modelo da câmera Leica e um da Rolleiflex, alguns velhos filmes Kodak Super XX e estojos que A. Feininger usara durante esse período, assim como um mapa de Manhattan, com marcações onde Feininger fotografou muitas das imagens expostas.
O Museu Lasar Segall agradece o diretor fundador Thomas Buchsteiner e o Zeppelin Museum Friedrichshafen, Alemanha, que cuida do arquivo desde janeiro de 2011.