1913-2013 – 50 obras do acervo
16/03 a 20/12/2013
O Museu Lasar Segall apresenta uma seleção de cinquenta obras de seu acervo, escolhidas entre as mais representativas da produção de Lasar Segall (1889-1957). Esse acervo é composto por mais de três mil itens, entre pinturas a óleo, pinturas sobre papel, esculturas, gravuras e desenhos.
É possível acompanhar, nesta seleção, o caminho percorrido pela arte de Segall na Alemanha, desde a admiração inicial pelos impressionistas alemães até sua inserção no movimento expressionista, do qual participa ativamente como um dos expressionistas eslavos, ao lado de Chaim Soutine e Marc Chagall. A emigração para o Brasil, em 1923, promove significativa mudança de rumo nessa obra, inaugurando, na visão do escritor Mário de Andrade, sua ‘fase brasileira’.
O repertório de temas de Segall privilegia os assuntos extraídos da cultura judaica e seus personagens são expressões de um sentimento de compaixão pelo ser humano existencialmente marginalizado.
No Brasil, Segall se interessa pela natureza tropical, pela arquitetura das favelas e pelos tipos humanos, principalmente os negros, exóticos ao olhar europeu. Às tonalidades sóbrias do período alemão somam-se cores mais iluminadas. Nos ambientes que recendem a intimidade, como seu ateliê e a natureza de Campos do Jordão, ele produz pinturas sensuais, de colorido único, que o crítico Paulo Mendes de Almeida chamou de ‘a cor Segall’. Os problemas sociais e políticos continuam a merecer sua atenção, sobretudo durante a Segunda Guerra Mundial, quando ele cria pinturas de grandes dimensões. Na última década de vida, Segall retoma temas anteriores, encerrando sua trajetória com as séries Erradias, Favelas e Florestas.