Obras
O acervo artístico do Museu Lasar Segall é formado por mais de 3.000 trabalhos doados por seus filhos Maurício Segall e Oscar Klabin Segall, assim como 110 obras doadas pelo neto do artista, Mário Segall, em 2013. Esse conjunto constitui um recorte extremamente representativo da obra de Lasar Segall, permitindo uma visão panorâmica de sua produção em toda sua variedade técnica e temática.
É possível acompanhar o caminho percorrido pela arte de Segall na Alemanha, desde a admiração inicial pelos impressionistas alemães até sua inserção no movimento expressionista, do qual participa ativamente como um dos “expressionistas eslavos”, ao lado de Chaim Soutine e Marc Chagall.
O repertório de temas privilegia os assuntos extraídos da cultura judaica e seus personagens são expressões de um sentimento de compaixão pelo ser humano existencialmente marginalizado.
A emigração para o Brasil, em 1923, promove significativa mudança de rumo nessa obra, inaugurando sua “fase brasileira”. Segall se interessa pela natureza tropical, pela arquitetura das favelas e pelos tipos humanos. Às tonalidades sóbrias do período alemão somam-se cores mais iluminadas.
Nos ambientes que recendem a intimidade, como seu ateliê e a natureza de Campos do Jordão, ele produz pinturas sensuais, de colorido único, que um crítico qualificou de “a cor Segall”. Os problemas sociais e políticos continuam a merecer sua atenção, sobretudo durante a Segunda Guerra, quando ele cria pinturas de grandes dimensões.
Na última década de vida, Segall retoma temas anteriores, encerrando sua trajetória com as séries Erradias, Favelas e Florestas.