História
O Forte Defensor Perpétuo ocupa um dos mais antigos lugares de memória de Paraty. Atualmente abriga uma instituição museológica que visa a difusão, a pesquisa e o diálogo sobre a história e a memória do município.
Sua elevação à beira-mar guarda os segredos dos nossos primeiros habitantes pré-históricos no sambaqui da praia e também da primeira ocupação colonial no chamado Morro da Vila Velha. A primeira vila se assentou sob uma capela de São Roque, ainda no início do século XVII, e décadas mais tarde acabou se transferindo para a planície entre os rios Perequê-Açu e Matheus Nunes, ao redor de uma nova igreja dedicada a Nossa Senhora dos Remédios.
Há controvérsias sobre a data de construção do Forte. Alguns documentos parecem apontar para a existência de uma edificação defensiva mais antiga ao norte do rio Perequê-Açu ainda no século XVIII, mas o prédio que conhecemos foi construído em 1822, em meio às tensões que culminaram com a Independência do Brasil, e batizado em homenagem ao Imperador D. Pedro I.
A posição foi guarnecida com soldados e armamentos durante a guerra contra a Província Unida do Rio da Prata (atual Argentina) e em eventuais episódios de tensão como a crise diplomática com a Inglaterra em 1850, mas acabou sendo desarmado pelo Ministério da Guerra em 1856.
A virada do século viu o Forte se adaptar a outros usos relacionados a uma cidade em franca decadência econômica. Serviu de moradia temporária, de cadeia improvisada e posteriormente até de cenário para o filme “Um Azyllo Muito Louco” de Nelson Pereira dos Santos (1968).
Em 1957, o Forte foi tombado e restaurado pela Secretaria de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (atual Iphan), tornando-se oficialmente um patrimônio cultural de Paraty e do Brasil; e um centro de memória ligado às nossas culturas tradicionais e à nossa história, especialmente após a criação do Centro de Artes e Tradições Populares nos anos de 1980.
Em 2009 o museu passou à administração do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), quando da criação da autarquia. Desde então, a unidade tem avançado em sua inserção na comunidade, no trabalho de pesquisa e em ações educativas e culturais, com destaque para o projeto Paraty Ciranda, a exposição de arte e artesanato popular O Modo de Fazer, o encontro de cultura indígena Ymaguaré e as atividades de educação museal em parceria com as escolas públicas das redes estadual e municipal.
Leia mais sobre a história do Forte e de Paraty na publicação "Uma Breve História de Paraty".
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