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Nicho que abriga a imagem de Nossa Senhora da Soledade é restaurado
O NICHO que abriga a imagem de Nossa Senhora da Soledade e compõe o acervo do Museu de Arte Sacra de Paraty passou por um processo completo de restauração, trabalho concluído no último mês de novembro. A peça pertence à Paróquia de Nossa Senhora dos Remédios de Paraty e sua guarda e conservação está sob responsabilidade do MAS-Paraty. A ação foi uma iniciativa do Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM) e do MAS-Paraty.
Datado do Século XVIII, confeccionado em madeira entalhada, ensamblada, policromada e dourada, o artefato não possui autoria conhecida e tem as seguintes dimensões: alt. 2,30m X larg. 1,19m X prof. 60cm. Seu coroamento é entalhado em volutas, a porta frontal de vidro em meia cana sustenta-se por duas dobradiças no sistema macho e fêmea, abrindo pela direita. Totalmente policromado, tem molduras em relevo e decoração inferior com extremidades recortadas e relevadas e destaques em douramento sob mordente.
O Relatório Técnico de Restauro, elaborado pelo profissional responsável pela intervenção, Isaac José Pádua da Silva, informa que a conservação geral da peça encontrava-se em estado “regular”: o suporte apresentava excesso de umidade, pequenas fissuras, sujidades, ferragens oxidadas, furos e perda de matéria causada por ataques de insetos xilófagos. A camada pictórica apresentava sujidades e desgastes pela ação do tempo. Além de fungos, repinturas, lacunas de superfície, respingos de tinta, escorrimento e perda de pigmentos, queima por luminosidade excessiva e perda total de 60% da camada pictórica da base.
Diante do diagnóstico, optou-se pelas seguintes ações: higienização mecânica, desmontagem da obra, tratamento com inseticida e fungicida, teste de identificação da composição da tinta utilizada e solvência, decapagem da camada pictórica que recobre a policromia original, fixação da policromia, substituição dos pregos por parafusos de latão não oxidáveis, reposição dos vidros, complementação de perdas matéricas nos ornatos, preenchimento de lacunas de superfície, reintegração pictórica, remontagem da obra e aplicação de protetivo.
O trabalho contou com as supervisões do Diretor do museu, Júlio César Dantas Neto e do Técnico em Assuntos Educacionais Igor D’Martin Maia.