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Receita Federal doa escultura africana ao Museu da Abolição no Recife
A escultora holandesa Marianne Houtkamp viveu muitos anos na África Oriental
O Museu da Abolição/Ibram aguarda o recebimento de uma doação histórica. Pela primeira vez, uma obra de arte apreendida pela Receita Federal do Brasil será destinada a um museu da rede Ibram – formada por 30 museus federais.
A escultura Samburu Dance I, da artista holandesa Marianne Houtkamp, foi doada ao museu pernambucano após ser apreendida pela Receita Federal no Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP).
A peça já deixou o aeroporto e deve chegar ao Museu da Abolição neste fim de semana. A obra retrata uma mulher da tribo Samburu, do Quênia, e possui certificado de autenticidade emitido pela própria autora.
Elaborada em gesso e pátina de bronze, Samburu Dance I pesa cerca de 150Kg e possui 1,35m de altura. Levemente avariada, a peça vai passar por restauro antes de ser exibida ao público.
A direção do Museu da Abolição, Maria Elisabete Arruda, avaliou que a obra está afinada com os propósitos de valorização das tradições originárias do continente africano e sua relação com a formação da sociedade brasileira atual – tema referencial da instituição.
A artista
A escultora holandesa Marianne Houtkamp viveu muitos anos na África Oriental, especificamente Quênia e Tanzânia, de onde advém os principais temas das sua obra. Desde então, tem estudado os povos nômades da região – roupas, ornamentos, sinais de pertencimento à tribo etc. As cores de seus bronzes são fiéis às dos trajes e jóias usados.
Seu contato com a tribo queniana Samburu, por exemplo, resultou numa série de 8 obras em bronze, além da criação da fundação Watoto Samburu (filhos de Samburu), que tem como objetivo proteger a cultura e as tradições da tribo.
As obras da artista podem ser encontradas em galerias de Nova York, Paris, Lyon, Knokke, Honfleur, Saint Paul de Vence, Marbella, Oslo e Dubai.
Texto: Ascom/Ibram
Foto: Divulgação