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Ministra reabre Galeria de Arte Brasileira do Século XIX
A partir desta sexta-feira,18, o maior e mais importante acervo de arte oitocentista brasileira estará novamente aberto para visitação do público. A Galeria de Arte Brasileira do Século XIX, do Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, foi reaberta nesta quinta-feira, 17, pela ministra Ana de Hollanda.
A Galeria havia sido fechada no início de 2008 para realização de reformas no espaço e restauração das pinturas e esculturas. Desde então, o acervo não era exibido. Na cerimônia de reinauguração, a ministra falou sobre a importância e a alegria de ver o espaço novamente aberto à sociedade. “Aqui se encontram guardados alguns dos retratos mais raros de nossa história. São quadros que estão gravados em nossa memória”, disse Ana de Holllanda, citando A Primeira Missa, de Victor Meirelles, um dos destaques da Galeria. “Aqui as artes plásticas falam muito de nós mesmos. Essa é uma das casas da memória do Brasil”.
Depois da solenidade de reabertura, a ministra percorreu toda a Galeria, acompanhada de centenas de pessoas que participaram da reinauguração. Ela pôde rever obras que já compunham o acervo e também novas pinturas e esculturas, integradas à exposição pelo curador Pedro Xexéo. Mais de uma centena de telas foram restauradas pela equipe de restauradores do Museu. Agora, a Galeria apresenta 230 obras – 100 a mais do que em 2008, quando foi fechada.
A Galeria foi restaurada com recursos destinados pelo Ministério da Cultura e instituições como Petrobras, BNDES, Caixa e Itaú. O presidente do Instituto Brasileiro de Museus, José do Nascimento Junior, destacou a importância do apoio do empresariado para devolver os espaços do Museu à sociedade. O Museu Nacional de Belas Artes é um dos integrantes do Ibram/Ministério da Cultura.
A equipe de funcionários do MNBA, que trabalhou na recuperação da Galeria nos últimos três anos, foi homenageada pela diretora do museu, Mônica Xexéo. “Foram eles que conseguiram trazer de volta a beleza e toda a plenitude do acervo”, disse Mônica.
Para Adriana Rattes, secretária de Cultura do estado do Rio, a reabertura da mostra é um presente não só para a população fluminense, mas para todo o país. “Essas obras contam nossa história. Fiquei muito feliz de poder vê-las de perto, de novo.”
Memórias
Foi em uma visita de sua escola à Galeria de Arte Brasileira do Século XIX que a carioca Rose Miranda soube, aos 14 anos, o que queria ser na vida. As obras vistas naquela visita escolar despertaram um interesse crescente pela arte. Hoje museóloga, Rose é coordenadora geral de Sistemas de Informações Museais do Ibram. Ela foi uma das centenas de pessoas que foram ao MNBA conferir a reabertura da Galeria.
Rever as pinturas e o espaço de dois mil metros quadrados também despertou lembranças em Maúda Ornellas. “Aos 80 anos, estou revivendo minha infância”, diz ela, que costumava ir com os pais ao Museu, quando criança, e continuou frequentando o MNBA com os filhos. “Sentia falta desses quadros”, conta.
A Galeria
A Galeria de Arte Brasileira do Século XIX contém o principal conjunto de obras produzidas no Brasil na época. Lá estão ícones das artes plásticas nacionais, como Batalha do Avaí (de Pedro Américo) e Batalha dos Guararapes e A Primeira Missa no Brasil (ambos de Victor Meirelles). Más notícias, de Rodolfo Amoedo (1895); Descanso do modelo, de Almeida Junior (1882), O Último Tamoio, de Rodolfo Amoedo, e Gioventu, de Eliseu Visconti (1898), também são destaques, ao lado de esculturas como Cristo e a mulher adúltera, de Rodolfo Bernardelli (1888); O Rio Paraíba do Sul, de Almeida Reis (1886); e Alegoria do Império Brasileiro, de Chaves Pinheiro (1872). Há ainda trabalhos assinados por Belmiro de Almeida, Debret, Agostinho da Mota, Nicolas-Antoine Taunay, Araújo Porto Alegre, Zeferino da Costa, Castagneto, Antonio Parreira, Henrique Bernardelli, F