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Ibram participa da reabertura da galeria do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES)
Nesta quinta-feira (29/8), o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) esteve presente na reinauguração da galeria do Espaço Cultural Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES). Para selar o momento, foi exposta a mostra Pretagonismos, constante do acervo do Museu Nacional de Belas Artes, e cujo neologismo objetivou destacar o protagonismo negro nas artes visuais do século 18 à contemporaneidade. A ação sela o acordo de cooperação técnica entre o banco e o museu, que está em reforma física e conceitual desde o segundo semestre de 2019.
A presidenta do Ibram, Fernanda Castro, e o chefe de Relações Institucionais do órgão, Michel Correia, conferiram a mostra que reúne 105 obras de 59 artistas, 46 negros e 13 brancos, e retratam pessoas negras. A iniciativa visou frisar o protagonismo do artista negro no referido acervo, que é um dos principais depositários do patrimônio artístico do Brasil. O trabalho mais antigo data de 1780-1800 e o mais recente, de 2023.
Segundo o corpo curatorial da mostra, objetivou-se “frisar as trajetórias de luta, resiliência, transgressão e heroísmo desses negros em uma sociedade que ainda hoje é varada pelo racismo”. De acordo com o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, a retomada de exposições de artes visuais buscou ampliar ainda mais o leque de opções de cultura gratuita à população, e pontuou: “Essa exposição Pretagonismos, que reabre a galeria do Espaço Cultural BNDES, é muito emblemática, pois desafia e questiona os padrões de representação e coloca artistas negros no protagonismo da arte e da história. Tudo isso é motivo de orgulho para o BNDES, que busca promover uma sociedade mais justa e diversa.”
A presidenta do Instituto Brasileiro de Museus, Fernanda Castro, conferiu o acervo e destacou a importância da iniciativa: “O neologismo pretagonismo é uma ressignificação que traz reflexões necessárias para o campo da museologia e para a sociedade em geral. A arte tem a força de irromper as estruturas e nos convida a repensar o espaço de protagonismos e o domínio hegemônico das narrativas, sobretudo em um país com uma história como a nossa. É uma honra para o Ibram participar desse momento e apoiar uma iniciativa tão potente e necessária. É preciso repensar constantemente a história com outras lentes e acentuar o papel do negro na arte e na construção do nosso país.”
A diretora do Museu Nacional de Belas Artes, Daniela Matera, destacou em sua fala: “Esta mostra é mais um passo significativo na construção de uma narrativa inclusiva e justa no panorama artístico nacional que, diante das urgências contemporâneas, evidencia fissuras, forçando o olhar para uma noção de beleza e de poética mais integrativa”.
Gratuita, a mostra segue até o dia 14 de fevereiro, de segunda a sexta-feira, das 10h às 19h.