Notícias
Ibram e Correios lançam selos comemorativos do Centenário da Semana de Arte Moderna
No dia 28 de abril, o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e os Correios lançaram o Bloco Comemorativo do Centenário da Semana de Arte Moderna de 1922. O evento foi realizado no Museu Lasar Segall/Ibram, em São Paulo, e marcou a cerimônia de obliteração de selos comemorativos e a abertura da exposição Moderno Eu.
O bloco postal conta com 4 selos, representando 4 pilares distintos, com as principais expressões presentes no evento: literatura, artes plásticas, música e arquitetura. Além dos selos alusivos às obras e artistas que participaram do movimento cultural ocorrido em 1922, a parceria resultou ainda em uma exposição virtual de selos, disponibilizada na página especial sobre o tema no site do Ibram.
Familiares de alguns dos artistas homenageados nos selos participaram da cerimônia. O maestro Lutero Rodrigues, que representou a Academia Brasileira de Música, fundada 1945 por Heitor Villa-Lobos, comentou sobre a influência da Semana de Arte de 1922 na Carreira de Villa-Lobos. Em sua fala, Rodrigues também destacou a relevância da iniciativa na divulgação das obras dos artistas homenageados a partir da capilaridade de alcance que os Correios conseguem atingir e também ressaltou o papel dos museus na preservação da cultura.
Elisabeth Di Cavalcanti Veiga - filha do artista que idealizou a Semana de 1922 -, falou sobre a emoção de ver a ideia de seu pai continuar a dar frutos, mesmo depois de um século. “Para o meu pai, a Arte devia nos levar a outro patamar e, para nós brasileiros, significava reconhecer nossa brasilidade. Uma das coisas que mais me arrebata é como o brasileiro, não importa de que classe social, se identifica com Di Cavalcanti. Esse é o maior presente que eu posso ter!”, concluiu Elisabeth.
Já Carlos Augusto de Andrade Camargo, sobrinho de Mario de Andrade, agradeceu o convite para participar da cerimônia mencionando a admiração inconteste de Mário de Andrade por Lasar Segall e comentou, em tom jocoso, sobre a justa homenagem ao tio que foi um dos maiores usuários dos serviços do Correios, numa menção às cerca de 7 mil cartas que o escritor escreveu, em sua maioria para grandes expoentes das artes do século 20.
O evento contou com a participação do secretário Especial de Cultura, Hélio Ferraz; secretário Especial Adjunto de Cultura, Thiago Moreira dos Santos; do presidente do Ibram, Pedro Mastrobuono; da superintendente do Iphan/SP, Alessandra Martins; da coordenadora de Comunicação dos Correios de SP Metropolitano, Marta Maira Manassero; do diretor da Federação Brasileira de Filatelia e presidente as Sociedade Philatélica Paulista, Braz Martins Neto; dos conselheiros do Ibram, Maria Eugênia dos Santos Saturni, Evaristo Martins de Azevedo e Jozsef Peter Cohn.
Participaram também do evento Max Perlingeiro Filho, curador e marchand; Sandra Mara Salles, coordenadora geral do Museu Afro Brasil; Ana Cândido Avelar, professora de Teoria Crítica e História da Arte na Universidade de Brasília; Angel Bojadsen, da associação dos amigos do Museu Lasar Segall e os diretores dos museus Ibram: Anna Paola Baptista (Museus Castro Maya), Daniela Matera (Museu Nacional de Belas Artes), Luiz Octávio Mendes de Oliveira Castro (Museu Villa-Lobos) e Marcelo Monzani, diretor do Museu Lasar Segall e anfitrião do evento.
Houve ainda a apresentação do flautista Antonio Carrasqueira e do fagotista Fabio Cury, ambos doutores livre docentes pela Universidade de São Paulo que apresentaram um passeio musical comentado sobre a semana de 22 e a influência de Mario de Andrade na música brasileira, além de obras do maestro Heitor Villa-Lobos.
O evento foi transmitido pelo canal do Instituto Brasileiro de Museus no Youtube .
O Museu Lasar Segall
Sediado na residência e ateliê que pertenceu a Lasar Segall, em São Paulo (SP), o museu expõe obras do artista plástico e atua também como centro de atividades culturais, com visitas monitoradas, cursos nas áreas de literatura, gravura e fotografia, exposições e projeções de filmes. Saiba mais .
Lituano radicado no Brasil, Segall teve grande influência de modernistas brasileiros, ajudando a fundar a Sociedade Pró-Arte Moderna e assumiu a tarefa de convencer o público brasileiro da necessidade e da legitimidade da arte moderna. Além de pintar, publicou textos na imprensa, realizou conferências e exposições e se uniu a outras pessoas que desejavam, como ele, promover a vertente moderna no Brasil.
Com curadoria de Daniel Rincon Caires, Josiane Cavalcanti, Marcelo Monzani, Paulo Simões Pina, Pierina Camargo, Ricardo Fernandes, a exposição Moderno Eu apresenta alguns desses momentos por meio de uma seleção de obras, documentos e fotografias em que ainda estão presentes os vestígios do entusiasmo, das paixões e das lutas em torno da causa modernista.