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Equipe do Laboratório do Instituto Federal do Rio de Janeiro faz análise em obras do acervo do MVM
Nos dias 12 a 16 de dezembro, o Museu Victor Meirelles/Ibram recebe a equipe do Laboratório Móvel do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ) para fazer investigações científicas em pinturas do artista Victor Meirelles pertencentes ao acervo. O público pode acompanhar o processo de perto no auditório entre os dias 13 e 15 de dezembro das 10 às 12h e das 14 às 17h. No dia 15 de dezembro, às 18h30, o coordenador do projeto, Renato Freitas, vai ministrar a palestra “O uso de técnicas físico-químicas na investigação de obras de arte” para explicar as metodologias aplicadas. A entrada é gratuita.
Com uso de tecnologias inovadoras, as análises realizadas pelo Laboratório Móvel possibilitam investigar a paleta de pigmentos que compõem a obra e conhecer o processo criativo empregado pelo artista. Permite, também, rastrear intervenções feitas posteriormente. A principal pintura a ser estudada será “Vista parcial da cidade de Nossa Senhora do Desterro” (Victor Meirelles de Lima, Florianópolis, óleo sobre tela, circa 1851).
Obras com uso de diferentes técnicas também serão analisadas, com o objetivo de obter diversidade de materiais para comparação. Um exemplo é a obra “Estudo de traje” (Victor Meirelles de Lima, Itália, óleo sobre papel, 1854/1856) que, por ter sido feita em outro país, possivelmente, recebeu materiais diferentes dos empregados no Brasil.
Pretende-se avaliar, ainda, as pinturas “A Morta” (Victor Meirelles de Lima, óleo sobre tela, S/D), “Vista parcial da cidade de Nossa Senhora do Desterro” (Victor Meirelles de Lima, Florianópolis, circa 1846, aquarela sobre papel) e Esboceto para “Batalha dos Guararapes” (Victor Meirelles de Lima, Rio de Janeiro, circa 1874/1878, óleo sobre tela).
Renato Freitas
Possui graduação em Física pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e mestrado e doutorado em Engenharia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Tem experiência na investigação científica de obras de artes, tendo realizado estágio pós-doutoral no Laboratório Móvel da Itália dedicado à investigação de Bens Culturais.
Atualmente, é professor e pesquisador do Instituto Federal do Rio de Janeiro campus Paracambi e Bolsista Jovem Cientista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro. Auxiliou a implementar o Laboratório Móvel do Instituto Federal do Rio de Janeiro, dedicado ao exame científico de obras de artes por métodos físico-químicos, permitindo que museus e polícias científicas brasileiras tenham acesso a tecnologias inovadoras para investigação de pinturas.
Laboratório móvel do IFRJ
O laboratório móvel do IFRJ foi criado em 2019. Possui uma série de instrumentos portáteis para realizar análises físico-químicas não destrutivas em obras de arte. Os resultados fornecidos pelos instrumentos permitem caracterizar a composição química dos pigmentos, aglutinantes e vernizes. Entre os instrumentos do laboratório móvel, destaca-se o equipamento de mapeamento elementar, que permite investigar pinturas subjacentes. Atualmente, o Laboratório Móvel do IFRJ possui um acordo de cooperação técnica com o Ibram e, por isso, atende museus brasileiros de diferentes regiões.
Fotos:
1 – Análise na obra de Victor Meirelles “Passagem do Humaitá”. Acervo pessoal de Renato Freitas. Divulgação/MVM
2 – Trabalho de investigação científica em obra feito por equipe do Laboratório Móvel IFRJ. Acervo pessoal de Renato Freitas. Divulgação/MVM