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Uma visitante temporária no Museu Goeldi
Agência Museu Goeldi – Passa bem a onça-pintada ( Panthera onca ) que chegou ao Parque Zoobotânico do Museu Goeldi na tarde desta terça-feira (4), após resgate por órgãos ambientais em Outeiro (PA). O animal chegou com leve sedação e bons sinais de saúde, foi alojado em local tranquilo, teve iniciada sua hidratação e realizada sua primeira alimentação. Já foram coletadas amostras para exames parasitológicos.
A ação de resgate foi realizada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e pelo Batalhão de Polícia Ambiental. Em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a equipe optou pelo Parque Zoobotânico como espaço de abrigo temporário para o animal até sua reinserção à natureza.
“Diante de uma situação extremamente delicada, a escolha do Museu Goeldi ocorreu por ser um local onde a gente tem plena confiança nas instalações e nos cuidados de biólogos e médicos veterinários que vão acompanhar o animal”, explica Christina Wippich Whiteman, analista ambiental do Ibama.
Os exames e as observações feitas até agora sobre o animal sugerem que ele está em condições de habitar a fauna livre. O Ibama fará a avaliação de qual o momento mais apropriado para o procedimento de reinserção e do melhor local para a soltura. “O animal só está no Parque Zoobotânico para que sejam avaliadas suas condições, visando seu bem-estar. Nosso planejamento é devolvê-lo à natureza”, reforça Wippich.
Segundo Antonio Messias Costa, veterinário do Museu Goeldi, a parceria da instituição com os órgãos ambientais é um compromisso com ações conservacionistas.
“No que diz respeito às onças, na última década, recebemos cerca de oito filhotes, quase todos procedentes da Ilha do Marajó. Enquanto a instituição tiver estrutura que viabilize com segurança o apoio a essas ações, estaremos prontos para colaborar”, destaca Messias.
Onça – A onça-pintada ( Panthera onca ) é o maior felino das Américas, chegando a medir mais de dois metros. Quando adulto, pesa em média de 60 a 100 quilos. O animal está no topo da cadeia alimentar, por isso é muito sensível a perturbações e alterações em seus habitats. Sua presença, portanto, é um indicador de ambientes preservados. Originalmente, ocorria desde o Sul dos Estados Unidos até a Argentina, mas, atualmente, foi extinta em muitos lugares e ocorre apenas em alguns países da América do Sul e Central. É considerada ameaçada de extinção no Brasil pelo Ministério do Meio Ambiente e integra a lista vermelha do Pará.
Texto: Karolainy Lima